Indústrias abrem 7.500 vagas e nível de emprego sobe 0,31% em SP
"A fase mais crítica da redução do emprego passou. Está em uma fase mais suave e tende para a neutralidade", disse o diretor do Depecon, Paulo Francini
Puxado pelo setor de cana-de-açúcar, o nível de emprego da indústria de transformação do Estado de São Paulo fechou março com avanço de 0,31% na comparação com fevereiro, nos dados sem ajuste sazonal, segundo levantamento da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) divulgado nesta quinta-feira. Com isso, o setor abriu 7.500 vagas no último mês.
Considerando os dados com ajuste sazonal, que elimina características específicas de cada período, a baixa no emprego no mês passado foi de 0,2%.
Em relação a março do ano passado, a queda no nível de emprego foi de 5,34%, o que representa um corte de 133 mil vagas nesta base de comparação.
“Continuamos aprofundando esse número [do mês comparado com o mesmo período do ano anterior] negativo”, disse o diretor do Depecon (Departamento de Pesquisas Econômicas) da Fiesp, Paulo Francini. Porém, ele cita que o ritmo das perdas está diminuindo. “A fase mais crítica da redução do emprego passou. Está em uma fase mais suave e tende para a neutralidade.”
No mês passado, dos 22 setores, 16 tiveram desempenho negativo, cinco mais contrataram que demitiram e um ficou estável. O que mais contratou foi o de fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, com 23,9% de alta no nível de emprego, seguido por produtos alimentícios, com 9,7%. Os que mais demitiram foram equipamentos de informática, produtos eletrônicos e óticos, com queda de 2,7%, e metalurgia, com recuo de 2,6%.
Os dois setores cujo volume de emprego mais cresceram foram influenciados pela volta das contratações no setor de açúcar e álcool, que está iniciando uma nova safra –as usinas criaram cerca de 27 mil vagas no mês. Sem este setor, a indústria paulista teria perdido aproximadamente 9.500 vagas no mês de março.
Francini ressaltou que as usinas anteciparam as contratações nesta safra. Isso porque normalmente o setor de açúcar e álcool tem uma grande variação nas contratações em abril, e não em março. “As contratações ocorreram [um mês antes] porque antecipou-se a colheita para gerar caixa”, explicou. “Assim conseguem ter recursos em caixa, já que o crédito está escasso.”
Sensor Fiesp
A Fiesp também divulgou o Sensor Fiesp –indicador de perspectivas futuras da indústria paulista– da primeira quinzena de abril. O índice atingiu 49,5 pontos, contra 50,3 pontos verificados na segunda quinzena do março.
O índice varia entre 0 e 100 pontos, sendo que acima de 50 pontos indica otimismo e, de 50 para baixo, pessimismo.
Entre os cinco subitens do Sensor, o que apresenta maior valor é o de mercado (58,8 pontos), seguidos por vendas (54,5), investimentos (51,9), emprego (47,7) e estoque (34,7).
Da Folha Online