Indústrias do ABC reforçam investimentos
O setor industrial da região deve reforçar investimentos no ano que vem. Em meio a um cenário econômico que abre boas perspectivas para 2011, especialmente no mercado interno, companhias de diversos setores planejam aportes para modernizar ou ampliar as fábricas e atender ao esperado aumento da demanda.
Em todo o País, de acordo com pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), o empresariado deve investir média de R$ 6,8 milhões em 2011, 7% a mais do que neste ano. O principal foco, segundo o estudo da CNI, será a expansão da capacidade. É o caso da Basf, que planeja aplicar R$ 30 milhões nos próximos três anos (cerca de R$ 10 milhões por ano) na fábrica do bairro Demarchi, em São Bernardo, principalmente para aumentar a produção de tintas imobiliárias da marca Suvinil.
Segundo o diretor de tintas e vernizes para a América Latina, Marcelo Leonessa, o complexo fabril – que acaba de completar 60 anos de existência – passará a ter condições de produzir de 90 milhões a 100 milhões de litros a mais em relação ao volume atual (de 330 milhões) até 2013. Para ele, a economia aquecida, o mercado de construção em alta, eventos esportivos (Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016) e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) trazem expectativa de crescimento na demanda.
Outra empresa do ramo, a AkzoNobel, que tem fábricas em Santo André, São Bernardo e Mauá, não revela quanto vai aplicar em 2011, mas a intenção é dar continuidade a investimentos e fazer a expansão da capacidade produtiva das unidades fabris. Neste ano, foram R$ 100 milhões aportados, metade disso na área de tintas decorativas.
Outros Setores
Em outras áreas, as empresas também mostram confiança nos rumos da economia. A Pirelli, por exemplo, vai destinar US$ 300 milhões para suas cinco fábricas no País entre 2011 e 2013. A empresa não divulga os valores anuais.
A Rhodia deve, no mínimo, repetir o investimento de 2010, de US$ 50 milhões no ano que vem e a Quattor planeja colocar mais R$ 250 milhões nas fábricas do Grande ABC em 2011. Para o vice-presidente da unidade de básicos dessa empresa, Celso Ferreira, a economia crescerá 5% e a petroquímica espera superar esse percentual de expansão.
Pequenas empresas, como a Fami-Itá, também acreditam no crescimento do mercado. A fabricante de artigos hospitalares de São Caetano vai reformar a fábrica e adquirir maquinários para ampliar a produção, com investimento de R$ 200 mil. “O panorama na área da saúde não é ruim, ainda mais com a chegada da rede D´´Or que vai investir R$ 95 milhões em novo hospital na cidade”, afirma.
Montadoras devem concentrar aporte de recursos em 2011
Após anunciarem planos de investimentos recordes no fim de 2009 e início deste ano, as montadoras de veículos devem concentrar parte significativa dos recursos desses projetos no ano que vem.
A General Motors, por exemplo, vai aportar R$ 2 bilhões do total de R$ 5 bilhões previstos para o período de 2009 a 2012, o que abrange o lançamento de quatro modelos até o fim do ano que vem e mais seis em 2012. A companhia recentemente separou a América do Sul como uma nova divisão de negócios do grupo. Segundo o presidente da GM América do Sul, Jaime Ardila, isso revela a importância crescente do Brasil para a montadora mundialmente.
Por sua vez, a Volkswagen investe R$ 6,2 bilhões no período de 2010 e 2014, mas no ano que vem deverá ser aplicada parte importante desse aporte. Em março será finalizado o projeto de ampliação da linha de produção na fábrica Anchieta, avançando de 1.300 carros por dia para 1.600.
A Mercedes-Benz também dará sequência a seu plano, em que destina R$ 1,5 bilhão no País até 2012, e a Ford vai começa a direcionar R$ 4 bilhões às fábricas brasileiras até 2015. Será o maior valor em único ciclo em toda a história da montadora no Brasil.
Do Diário do G. ABC