inflação DEFLAÇÃO inflação

O mês era junho, os índices mensais da inflação vinham de seguidas altas, e o INPC acumulado somava 9,82%. A disparada nos preços estava concentrada principalmente nos alimentos e nos combustíveis.

Foto: Divulgação

Os números indicavam uma campanha salarial com inflação acima dos dois dígitos, o que não se confirmou. Nos meses seguintes, julho e agosto apresentaram deflação de -060% e -0,31%, respectivamente, fechando assim o índice em 8,83% nos últimos 12 meses.

A taxa de inflação sempre foi um indicador de difícil compreensão, com muitas reclamações sobre o distanciamento entre o índice e a sensação de carestia. A questão que fica então é essa: como a inflação é calculada?

O índice se baseia em uma cesta de produtos, bens e serviços, que inclui alimentação, transportes, educação, habitação, saúde, despesas pessoais, vestuário, comunicação, entre outros itens. Cada um deles recebe um peso e a cesta de transportes, que tem nos combustíveis o principal indicador, teve peso de 21,4%, no último mês.

O movimento de deflação que antecedeu a campanha salarial causou um fenômeno controverso: a queda da inflação acumulada e, portanto, dos parâmetros de reajuste. Mas a queda da inflação deveria ser uma boa notícia. não é mesmo?

Deveria, se esse fosse um movimento consistente da economia. Mas a redução nos preços dos combustíveis foi uma manobra claramente eleitoral do atual governo, por meio da redução do ICMS sobre os combustíveis e com graves efeitos para o financiamento da saúde e da educação nos municípios. A inflação segue alta, e vai ficar acima do teto mais uma vez. Não temos ainda o que comemorar.

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