Inflação do churrasco
O brasileiro é reconhecido por fazer piada da própria desgraça. No período recente a internet foi bombardeada por memes sobre o aumento dos preços dos alimentos, combustível e energia. A mistura de alta da inflação com a queda da renda mudou um hábito quase ritual das famílias brasileiras: o churrasco.
Com mais renda ou menos renda, maior ou menor frequência, o churrasco é uma celebração democrática e, em algum momento, reunimos familiares e amigos em torno do braseiro.
Contudo, nos últimos dois anos, os principais produtos usados para fazer o bom churrasco, subiram em média 30%. A rainha do churrasco, a picanha, aumentou 34,2%. Aqueles que recorriam aos cortes mais em conta, como contrafilé e alcatra, também sentiram no bolso reajuste de 31,7% e 21,5%, respectivamente.
Com a disparada dos preços, o frango e a linguiça ganharam maior protagonismo nas grelhas, mas a mudança no cardápio e a maior procura por esses produtos fizeram os preços subirem em proporção ainda maior, com altas de 45,1% e 35,4%, respectivamente.
Claro que não poderíamos deixar de mencionar a outra estrela do churrasco: a cerveja. Embora tenha apresentado uma variação menor nos números oficiais, de 9,5% no período, manter a cerveja gelada e trincando, como se costuma dizer, ficou 31% mais caro, com o aumento da conta de energia elétrica nos últimos dois anos.
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