Inovação tecnológica é tema do segundo dia da plenária final do Congresso
Mesa de debates sobre Política Industrial e o Futuro da Indústria Nacional. Fotos: Raquel Camargo / SMABC
Um debate sobre inovação tecnológica, pesquisa e desenvolvimento para incrementar o parque industrial do ABC, atrair investimentos e, assim, conquistar melhores empregos e salários marcou a mesa sobre Política Industrial e o Futuro da Indústria Nacional, que abriu nesta sexta-feira (18) o primeiro dia de trabalhos do 7º Congresso dos Metalúrgicos do ABC.
O evento, que define os rumos da categoria para os próximos anos, reúne cerca de 1.000 delegados no Pavilhão Vera Cruz, em São Bernardo, e termina amanhã.
Para o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), ao contrário de outros locais no Brasil, o parque industrial da Região é invejável e está consolidado. Por isso não é necessário buscar investimentos apressadamente com incentivos fiscais irresponsáveis.
O necessário, em sua opinião, é conhecer o plano estratégico de longo prazo das empresas para definir meios de atrair esse capital. “Aqui o papel do Sindicato é fundamental para descobrir tendências”, afirmou. “Com esse olhar, os metalúrgicos do ABC conseguiram antecipar debates que evitaram a saída de montadoras como a Volks e a Ford do ABC”, prosseguiu Marinho.
Ele destacou que também é necessário compreender quais são as novas oportunidades que surgem. E destacou a luta de sua administração pela instalação em São Bernardo da fábrica de caças que o Brasil vai comprar, dos seminários sobre indústria bélica e de oportunidades de negócios com petróleo e gás.
“Estamos trabalhando também para a instalação de um parque tecnológico na Região, orientado principalmente para o setor de ferramentaria”, disse. “Nossa indústria automotiva sofre muito com a concorrência dos importados e precisamos antecipar as necessidades de alguns setores para preservar nosso modelo aquisitivo, sem perder a competitividade e também gerar novos empregos”.
Marinho lamentou que muitas vezes as empresas pensem pequeno e sejam refratárias às propostas de inovação. “Tenho procurado as áreas de engenharia das indústrias de veículos para debater uma ação em conjunto, mas, infelizmente, elas se recusam”, revelou.
O diretor da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), Clayton Campanhola, que falou a seguir, também destacou a importância da inovação para a economia nacional.
Clayton Campanhola, da ABDI
Como exemplo, ele destacou o Plano Brasil Maior (PBM), coordenado pela ABDI por determinação da presidente Dilma Rousseff. A iniciativa é uma evolução do plano de política industrial instalado em 2004 – o primeiro do País em 30 anos – e aperfeiçoado em 2008.
Campanhola explicou que o PBM tem dois focos principais, ambos bastante relacionados ao ABC: inovação tecnológica e adensamento da produção.
“Trazer indústrias apenas para montar seus componentes no Brasil não adianta. Se o Brasil quiser se tornar um importante produtor internacional é necessário investir muito em inovação tecnológica”, garantiu. “Isso é muito novo por aqui, tanto que a primeira lei a tratar do assunto é de 2006”.
As prioridades dessa política são pessoas mais capacitadas, novos perfis de empresas e empresários etc. “Precisamos pensar em toda a cadeia produtiva e não só na empresa da ponta. Os demais elos são igualmente importantes”, lembrou o diretor da ABDI.
Desta forma, ele acredita que o País aumentará seu mercado interno e externo e garante o crescimento econômico com a inclusão social da população.
“Temos vários diferenciais a nosso favor. Um amplo mercado interno de consumo aquecido que atrai empresas, recursos naturais, instituições de ensino, universidade e pesquisadores”, enumerou.
“Se o próprio Brasil não aproveitar suas potencialidades, outros países vêm para cá e tomam conta de tudo”, alertou Campanhola.
O vice-presidente do Sindicato, Rafael Marques, encerrou os debates afirmando que os metalúrgicos apóiam o Plano Brasil Maior participam dele.
“Mas esse apoio não é incondicional. Queremos participar do início ao final do programa para dar nossa contribuição para que o Brasil volte a ter o 7º maior parque industrial do mundo. Só não aceitamos que o PBM beneficie empresários nacionais em vez de ajudar a indústria nacional”, conclui.
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Da Redação