InovaUSP discute impacto da falta de chips na competitividade da indústria brasileira
Seminário “Os Semicondutores e a Competitividade da Indústria Brasileira” ocorre nesta segunda-feira na Cidade Universitária, na capital paulista
Na semana passada, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou que as montadoras devem deixar de produzir neste ano cerca de 250 mil veículos por falta de componentes, principalmente pela dificuldade de abastecimento de semicondutores. Isso equivale a pouco mais de 10% dos 2,2 milhões de veículos produzidos em 2022 até novembro.
Essa é apenas uma das consequências que a falta de chips vem causando na competitividade da indústria em todo o mundo. O mesmo efeito se repete em outros setores, como de eletroeletrônicos e máquinas. Se outros segmentos talvez não registrem uma queda tão significativa de produção como o automotivo, com certeza têm sentido o aumento de custos causado pelo desequilíbrio entre oferta e demanda surgido com a pandemia de covid-19 já no primeiro trimestre de 2020.
Tendo como pano de fundo a disputa mundial por esse pequeno componente sem o qual a indústria lota seus estoques com produtos inacabados, os países mais avançados já começam a discutir formas de atrair investimentos para produção local de semicondutor. O governo de Joe Biden, por exemplo, sancionou uma lei em agosto destinando US$ 280 bilhões para incentivar a produção de chips nos Estados Unidos. Na semana passada, ele já apresentou uma fábrica no Arizona como sendo o marco da retomada da produção americana de semicondutores.
Para ajudar o Brasil a entrar nesse movimento de redução da dependência do produto importado, hoje majoritariamente produzido na Ásia, o Centro de Inovação da USP (InovaUSP) organizou um encontro para discutir os efeitos sobre a competitividade da indústria brasileira. Participam representantes da indústria, da academia e dos governos. São esperados representantes dos futuros governos federal e estaduais.
Do Valor Econômico