Inteligência Artificial afetará entre 40% e 80% dos empregos, segundo estudos

Para evitar concentração de renda e desemprego, serão necessárias redução da jornada, renda básica universal e taxação de grandes fortunas

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Estudo divulgado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) em 2024 apontou que a IA (Inteligência Artificial) irá afetar, pelo menos, 40% dos empregos no Brasil nos próximos anos. Em países como Estados Unidos e Reino Unido, o impacto será maior, entre 60% e 70%. Já investidores de empresas como Netscape, Amazon, Google e OpenAI, avaliam que esse índice pode chegar até 80% em todo o mundo.

Para esses investidores, o fenômeno não será ruim e tem alto potencial de gerar riquezas para todos, mas isso se os governos tomarem medidas de regulamentação com mecanismos que defendam, como renda básica universal e redução da jornada de trabalho semanal. Caso isso não ocorra, estudos apontam que não será possível evitar um processo de concentração de riqueza e desemprego em massa.

Desigualdade

Durante participação na 112ª Sessão da Conferência Internacional do Trabalho em junho, o presidente Lula lembrou que nunca no mundo existiram tantos bilionários como na atualidade. “Estamos falando de três mil pessoas que detêm quase US$ 15 trilhões em patrimônio. Isso representa a soma dos PIBs [Produtos Internos Brutos] do Japão, Alemanha, Índia e Reino Unido”. Além da renda básica universal e redução da jornada, a taxação de grandes fortunas é outro instrumento defendido por estudiosos para tentar reverter o violento processo de concentração.

Segundo a Pesquisa Desigualdade Mundial 2018, dados mostram que a desigualdade de renda aumenta desde 1980 em quase todas as regiões do mundo. O resultado acompanha uma tendência mundial: a renda cresceu para todos, inclusive aos mais pobres, mas foram os ricos que abocanharam a maior fatia. Em suas estimativas, economistas responsáveis pelo estudo se mostraram preocupados com o possível agravamento da situação global até 2050.