Intervalo reduzido permite jornada menor

Cerca de 80% dos metalúrgicos do ABC cumprem jornada inferior as 44 horas semanais regulamentadas pela lei.

Parte dessa redução semanal foi alcançada por meio de acordos de diminuição no intervalo de refeições.

O companheiros na Itaesbra, de Diadema, os últimos a conquistarem a redução da jornada na categoria, só avançaram por conta da queda no tempo de refeição.

“Sem a nova portaria, não teríamos como fazer o acordo de redução da jornada”, disse Zé Mourão, diretor do Sindicato.

Nesta fábrica, o pessoal terá 30 minutos de redução no tempo semanal a cada semestre até chegar nas 42 horas.

O descanso será em sábados alternados. Zé Mourão conta que o mesmo se repete em fábricas como a CW e Polistampo.

“Depois que o Ministério baixou a portaria, desengavetamos muitas negociações”, completou o
dirigente.

Sábados – Na Mahle, onde a companheirada trabalha 40 horas semanais, o intervalo curto de refeição compensa a folga na maior parte dos sábados no ano.

“É com o acordo que discutimos com a fábrica quantos sábados trabalharemos no ano. Em 2010
serão 18 sábados”, explica Amarildo de Araújo, coordenador do CSE.

Na Dura, de Ri o Grande da Serra, o menor tempo de refeição foi trocado por sábados alternados e jornada de 42 horas semanais.

“Sem a nova portaria, a folga estava em risco. A fábrica já nos procurava para rediscutir a questão”, comentou Nelsi Rodrigues, o Morcegão, coordenador da Regional Ribeirão Pires,
dizendo que a situação voltou ao normal.

“Esse mesmo problema poderia se repetir aqui em São Bernardo, caso não tivéssemos conquistado a portaria”, relatou Juarez Barros, diretor do Sindicato, apontando para fábricas como Magneti Marelli e Arteb.