Investimento em escolas técnicas para educação profissional é o maior da história

Os cursos técnicos e superiores que serão oferecidos nessas escolas estão integrados ao mercado de trabalho. Até o final de 2010, o Brasil terá mais de 350 instituições desse nível

Em 2009, o Brasil terá 100 novas escolas técnicas federais. Só esta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está inaugurando sete novos campi de institutos federais – três ontem no Rio de Janeiro e quatro nesta sexta-feira (6) no Espírito Santo. Os recursos para a expansão da rede federal são da ordem de R$ 1,1 bilhão. O Ministério de Educação tem hoje o maior orçamento dos últimos anos para investir na educação profissional.

As 100 novas escolas fazem parte de um projeto inovador que buscou atender às necessidades do arranjo produtivo local em cada região. Os cursos técnicos e superiores que serão oferecidos nessas escolas estão integrados ao mercado de trabalho. Até o final de 2010, o Brasil terá mais de 350 instituições desse nível.

Há exemplos, inclusive, de escolas técnicas federais que desenvolveram cursos para atender à demanda por profissionais em seus estados.

É o caso do Espírito Santo, que receberá quatro novas escolas técnicas esta semana. Lá, a Vale do Rio Doce fechou um convênio com o instituto federal do Espírito Santo para a implantação do curso técnico em ferrovias (nas modalidades integrada e subsequente) na unidade de ensino de Cariacica.

A empresa investiu R$ 6 milhões para a construção e aparelhamento das instalações e capacitação de docentes. O curso foi elaborado com o auxílio de especialistas que trabalham na área de ferrovias da Vale.

Oportunidades
As novas escolas técnicas vão aumentar o leque de oportunidades para os jovens brasileiros. No Brasil, o ensino médio é a etapa da educação básica na qual se registram os maiores índices de evasão – menos de 30% dos jovens de 18 a 24 anos chegam ao ensino superior.

Sem perspectivas de ingressar na universidade, muitos deixam as salas de aula. Com a educação profissional, o jovem conclui o ensino médio pronto para o mercado de trabalho.

Outra preocupação dos institutos federais é o déficit de professores de química, física, biologia e matemática. Para sanar o problema, 30% das matrículas das instituições vão para licenciaturas nessas áreas.

Para o secretário de educação profissional e tecnológica do MEC, Eliezer Pacheco, o aumento dos investimentos veio a partir de uma mudança de conceitos. “Hoje, a educação profissional é tida pelo governo federal como um fator estratégico para o desenvolvimento do país. Faltam profissionais qualificados no mercado”, explica.

Escolas
Das 100 escolas que serão entregues este ano, 33 estarão na região Nordeste. O Sudeste terá 28; o Sul, 16; o Norte, 12 e o Centro-Oeste, 11. Em cada nova unidade são investidos cerca de R$ 5 milhões, entre infra-estrutura, equipamentos e mobiliário. Desde 2005, estão em funcionamento 75 unidades.

Do PT