Investimento em híbridos e elétricos ultrapassa R$ 63 bilhões
Segundo estudos, em cinco anos, ou menos, eletrificados vão liderar vendas
Daqui a cinco anos, o volume de vendas de automóveis híbridos e elétricos vai ultrapassar o de veículos a combustão. Segundo estudos de consultorias, realizados a pedido da indústria, a virada poderá acontecer antes até. Hoje híbridos e elétricos representam 7% do mercado. Mas a fatia tende a crescer rapidamente a partir de 2025, quando começarão a aparecer os primeiros resultados dos investimentos voltados às novas gerações de veículos.
Cálculos de especialistas indicam que a eletrificação absorverá pelo menos metade dos ciclos anunciados, o que equivale a mais de R$ 63 bilhões. Desde o fim do ano passado, o país assiste a uma onda de sucessivos anúncios de investimentos de montadoras. Com mais R$ 1,1 bilhão da BMW, revelados no início do mês, só na indústria de veículos leves o investimento total já chega R$ 116,65 bilhões para a década.
Com mais R$ 10,6 bilhões dos fabricantes de caminhões e ônibus, a soma sobe para R$ 127,3 bilhões, o maior volume de investimentos para um período de dez anos na história da indústria automobilística no país. Desse total, pelo menos 50% dos recursos serão aplicados no desenvolvimento de carros eletrificados, híbridos que aceitam etanol na maioria, segundo estimativas de Paulo Cardamone, presidente da Bright Consulting, consultoria especializada no setor.
Mas os recursos destinados à nova geração de veículos poderão ser maiores a julgar os detalhes revelados pelas empresas nos anúncios dos novos ciclos. No início da transição energética veicular no Brasil, os híbridos tendem a liderar a produção nacional, segundo projeções dos especialistas e os programas anunciados pelas montadoras. Nessa fase, terá papel relevante a fórmula brasileira para inserir o país no processo global de descarbonização: o desenvolvimento de modelos híbridos que podem ser abastecidos com etanol.
Do Valor Econômico