Investimentos na área social
Há poucos dias, num seminário ocorrido em São Paulo, o Ministro Chefe da Casa Civil, José Dirceu, enfatizou a importância do investimento público na área social, alertando sobre os impactos de um possível crescimento da pressão dos movimentos sociais sobre a política de desenvolvimento em curso e a estabilidade política do atual governo.
O tema, que tem merecido destaque constante nos meios de comunicação, foi objeto de duas matérias publicadas no jornal Folha de São Paulo, no último domingo, com o foco no governo municipal da capital paulista.
Na primeira, aponta para o fato de que as metas da administração de Marta Suplicy para os programas de transferência de renda não seriam plenamente alcançadas. Das 589.057 famílias a serem beneficiadas, cujos chefes têm renda inferior a um salário mínimo, metade (50%) foi beneficiada até agora. Até ao final do ano, estima-se que 67% das metas serão alcançadas.
Uma análise qualitativa dos programas apresentada em outra matéria, no entanto, revela outros dados. A Prefeitura de São Paulo desenvolve atualmente oito programas de transferência de renda. O projeto da atual administração é estendê-los ao conjunto das regiões carentes do município.
Na Zona Leste, onde eles já abrangem 21 dos 31 distritos, seu impacto é bastante positivo: o emprego com carteira assinada cresceu 32% nos distritos atingidos pelos programas sociais, contra 8% no conjunto do município; a taxa de homicídios nesses distritos caiu de 26,8%, enquanto sua queda foi de apenas 9,7% no Estado de São Paulo; a arrecadação do ISS nos distritos beneficiados pelas políticas sociais aumentou 4,24%, enquanto caía 0,56% no município.
Em outras palavras: além de atenuar a tensão social, esses programas têm dinamizado a economia local. Será que o recado está sendo assimilado, neste ano eleitoral, pelos atores atualmente envolvidos na formulação de projetos de desenvolvimento para a região do ABC?
Departamento de Formação