IPEA: informação de qualidade para o desenvolvimento do Brasil

Por Artur Henrique, presidente da CUT

O momento vivido pelo Brasil nesse último período possibilitou que aflorasse o debate aprofundado de qual desenvolvimento o Brasil precisa, mantido em segundo plano nos últimos 25 anos no Brasil, aflorasse. E principalmente, o desenvolvimento regional, levando em consideração especificidades econômico-sociais e culturais, na definição de políticas públicas.

Para a classe trabalhadora, é um momento ímpar para a consolidação de um modelo de desenvolvimento que confira ao Estado, cada vez mais, um caráter público, cuja gestão esteja sustentada na participação ativa da sociedade civil, em que a cidadania se expresse através de instrumentos que coadunem aspectos da democracia direta e indireta.

Lastreando essa concepção de desenvolvimento e de nação, os institutos de pesquisa retomaram o seu papel original, qual seja, o de enfatizar o planejamento de longo prazo e o desenvolvimento do país. É o caso do Ipea, que de 2007 para cá voltou a desempenhar um papel fundamental na produção de conhecimento e subsídios para o desenvolvimento do país, conforme expresso em sua missão – a de “produzir, articular e disseminar conhecimento para aperfeiçoar as políticas públicas e contribuir para o planejamento do desenvolvimento brasileiro”.

Diferentemente de outros momentos em que o órgão perdeu essa função mais estratégica e passou a defender de forma explicita a política monetária  ortodoxa de altas taxas de juros, o ajuste fiscal rigoroso e a redução do Estado.

Com a nomeação do economista Márcio Pochmann para a direção do Ipea em 2007, iniciou-se uma mudança de orientação com a  constituição de grupos para análise das finanças públicas, de pesquisa dos problemas monetários e cambiais e sobre o crescimento econômico. Foi implantado um conselho consultivo, com intelectuais respeitados em fóruns nacionais e internacionais.

Sem sombra de dúvida, foi nessa gestão que se consolidou a adoção da linha de estudos que potencializa a definição de políticas e ações governamentais essenciais para nortear o desenvolvimento do Brasil, com inclusão social, distribuição de renda e democracia.