IPI reduzido é prorrogado até dia 31 de dezembro

Anúncio feito pela presidenta Dilma Rousseff no Salão do Automóvel acontece um dia após o presidente do Sindicato revelar que solicitaria ao governo federal a extensão da medida


Presidenta fala na abertura do Salão do Automóvel. Foto: Marcelo Camargo / ABr

Um dia após o presidente do Sindicato e secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, revelar que solicitaria ao governo federal a prorrogação do IPI (Imposto sobre Produtos Indus­trializados) reduzido para veículos até o final do ano, a presidenta Dil­ma Rousseff anunciou a concessão do benefício pelo prazo solicitado, durante a abertura do 27º Salão do Automóvel de São Paulo, nesta quarta-feira (24).

Ela também defendeu o novo regime automotivo, o Inovar-Auto. “Nós queremos gerar tecnologia, porque o nosso País tem um desafio e chama-se o desafio da produção, e produzir vai significar para o nosso País ter uma imensa capacidade de inovar”, disse a presidenta.

Vendas cresceram
O IPI de veículos foi reduzido no final de maio pelo governo fede­ral em até sete pontos percentuais, de acordo com o modelo e a cilin­drada.

No caso dos carros de motor 1.0, a redução foi de 7% para zero. Os veículos álcool e flex com moto­res entre 1.0 e 2.0 tiveram o IPI redu­zido de 11% para 5,5% e os modelos à gasolina com motores entre 1.0 a 2.0 tiveram o IPI reduzido de 13% para 6,5%.

Os carros nacionais acima de 2.000 cilindradas não tiveram a alíquota do imposto reduzida. O benefício fiscal fez as vendas de carros crescerem 5,5% no acumula­do do ano.

Sérgio Nobre aprova
A avaliação da área técnica do governo, é de que o estímulo ao setor automotivo beneficia um seg­mento amplo do setor industrial, considerando que a fabricação de veículos automotores como um todo responde por 21% da produção da indústria brasileira.

O presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, recebeu muito bem a prorrogação. “Ela é bem vinda para a eco­nomia, porque nesses três últimos meses do ano os trabalhadores recebem seu 13º salário e podem aproveitar o desconto”, frisou.

Ele elogiou também o prazo de duração da prorrogação, porque ela termina no momento que o novo Regime Automotivo, o Inovar Auto, entre em prática. “Dessa forma os novos veículos terão que obedecer a legislação para o setor”, completou.


Presidente do Sindicato representou trabalhadores. Foto: Andris Bovo

Sérgio Nobre destaca mudança de foco do Salão do Automóvel
O presidente do Sindicato falou em nome dos trabalhadores na abertura do evento. “Estou feliz com o Salão deste ano porque, pela primeira vez, nós temos um estande aqui, que é o espaço da Confedera­ção Nacional dos Metalúrgicos da CUT”, disse Sérgio Nobre.

Outra grande diferença do Salão em relação ao anterior que o dirigente destacou foi que em 2010 a ênfase foram os carros importados. “Sai daqui muito preocupado”, re­cordou. “O mais importante naque­la época era abrir caixas e montar produtos, os investimentos eram baseados em testes e componentes importados”, afirmou.

“É importante termos aqui o trabalho criativo, com o desenvol­vimento da indústria, da produção nacional e de tecnologia. Temos profissionais capacitados em enge­nharia e ferramental para produzir o conteúdo necessário. Por isso queremos trabalho de qualidade, bem remunerado”, salientou.

Por isso afirmou estar feliz que a ênfase do Salão 2012 está no pro­duto nacional, na nacionalização da indústria de veículos. “Isso aconteceu por causa de uma decisão sua, presidenta, em in­vestir na indústria nacional”, disse, dirigindo-se a Dilma.

“Mas o Sindicato tem que rei­vindicar”, prosseguiu o dirigente. “O Inovar-Auto ainda não atendeu uma parte do setor automotivo. Por isso peço atenção para as áreas de autopeças, transmissão e motor”, declarou.

Nesse momento, a Dilma, le­vantou e cumprimentou Sérgio No­bre com um beijo no rosto.

“Os trabalhadores são guer­reiros. Quando a presidenta visi­tou o Sindicato pela primeira vez, eles reconheceram logo de cara que Dilma era outra guerreira”, concluiu.

Da Redação