Itamaraty prepara guia para orientar brasileiros vítimas de redes de prostituição

Estudo mostra que as vítimas são atraídas por ofertas de redes que atuam principalmente em Portugal, na Espanha, Suíça e Holanda

Atraídos por ofertas de trabalho e salários no exterior, os brasileiros que, muitas vezes, se tornam vítimas de redes de prostituição e tráfico de pessoas, vão ganhar apoio do Ministério das Relações Exteriores. Em três semanas, será lançado o Guia de Retorno ao Brasil, com informações que servirão de orientação a essas pessoas. O guia está em fase de conclusão no momento em que as polícias da Espanha e do Brasil desarticularam uma rede de prostituição masculina em que 14 pessoas foram presas.

“O importante é dar assistência a essas pessoas, mostrar que há alternativas de emprego e oportunidade”, disse à Agência Brasil a chefe da Divisão de Assistência Consular do Itamaraty, Luiza Lopes Ribeiro da Silva. A cartilha reúne dados sobre oportunidades de emprego no Brasil e as alternativas para buscar ajuda. Haverá ainda um treinamento dos funcionários do Itamaraty e de voluntários brasileiros.

Não há um levantamento preciso sobre o número de vítimas das redes de prostituição, trabalho forçado e tráfico de pessoas. Mas um estudo feito pelo Itamaraty mostra que as vítimas são atraídas por ofertas de redes que atuam principalmente em Portugal, na Espanha, Suíça e Holanda. Por essa razão, os funcionários que lidam com questões consulares passarão por um curso específico.
 
O objetivo do guia é estimular aquele que deixou o Brasil, caso deseje retornar, a acreditar que há oportunidades de emprego. Haverá um capítulo para tratar exclusivamente de oportunidades de emprego e trabalho, chances na construção civil, no turismo e artesanato, além do programa de microcrédito.

Em outro capítulo, a cartilha orienta sobre o programa de educação para jovens e adultos, destinado àquelas pessoas que abandonaram as salas de aula, mas têm vontade de voltar a estudar. O programa é gratuito e oferecido em todo o país. O curso oferece inclusive aulas online, de acordo com o Ministério da Educação.

“O objetivo é que aqueles que queiram voltar sintam que têm amparo e oportunidade no Brasil. Se a pessoa, apesar das dificuldades, resolver ficar no exterior, ela foi informada de que há apoio aqui”, disse Luiza Silva.

Editado em inglês e português, o material ficará à disposição em todos os consulados do Brasil no exterior. A cartilha é resultado de uma parceria dos ministérios das Relações Exteriores e da Justiça, além da Secretaria de Políticas para as Mulheres.

 

Da Agência Brasil