Janeiro indica atividade econômica mais forte

Dados que servem como termômetro da atividade econômica, como vendas de papelão ondulado, consumo de energia e abertura de novas vagas na indústria, sugerem um cenário de recuperação neste início de ano. As vendas do papelão, por exemplo, tiveram alta de 10,3% em janeiro sobre dezembro, enquanto o consumo de energia cresceu 4,9% na mesma comparação. Já a indústria paulista abriu dez mil vagas desde o início de 2013, como resultado do que seria um processo de reposição de estoques.

Apesar desses dados, os analistas consultados pelo GLOBO ainda acham prematuro tomar o desempenho de janeiro como tendência para o ano todo.

– Temos uma bateria de indicadores antecedentes que nos mostram que janeiro virá um pouco mais forte na comparação com dezembro. O crescimento no quarto trimestre foi um pouco desapontador, a recuperação está lenta, mas acreditamos que chegará ao segundo semestre com mais força – disse Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs.

Ele prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) fique entre 3% e 3,5% este ano, frisando que “não é um crescimento espetacular diante da base fraca de 2012”.

Cálculos da Austin Rating projetam que o IBC-Br em janeiro deverá subir 0,4% sobre o resultado de dezembro, com ajuste sazonal. Para a consultoria, a atividade econômica nacional “aparentemente voltou a crescer num ritmo próximo do seu potencial depois de ficar seis trimestres com crescimento médio de cerca de 1% ao ano”. Essa aparente retomada aliada a um setor externo menos volátil fará o PIB de 2013 crescer 3,7%, afirma Felipe Queiroz, economista da Austin.

– Mas ainda há a necessidade da consolidação deste crescimento no primeiro trimestre de 2013, além de superar os desafios do provável ciclo de alta da Selic no segundo semestre, fator que segura a expansão da oferta e da demanda. Mas estamos otimistas.

Tanto o Itaú como o HSBC acreditam que a escassez de estoques na indústria, fator oposto ao visto no início do ano passado, ativará a produção. Isso somado ao cenário externo mais amigável, deve resultar em um PIB de 3% neste ano.

 

Do O Globo