Jornada 35 horas em risco
Milhares de franceses foram às ruas contra a flexibilização da jornada de trabalho, que é de 35 horas. É mais um ataque neoliberal às conquistas dos trabalhadores.
Uma conquista de sete anos
Os trabalhadores franceses conquistaram em 1998 a redução da jornada de 39 para 35 horas semanais, sem redução de salário, durante o governo de esquerda do primeiro-ministro Lionel Jospin.
O projeto visava a criação de 1,2 milhão empregos e dava prazo até o ano 2000 para que as empresas se adequassem à nova jornada. Além disso, a lei proibiu a contratação de horas extras.
Não houve crise
Apesar de muito barulho feito pela direita, a nova lei não provocou crise, falências ou saída de empresas da França.
Muito ao contrário, as grandes organizações conseguiram aumentos significativos de produtividade.
A direita contra ataca
Derrotado nas eleições de 2002, Jospin viu a direita assumir o poder.
A partir daí, vários projetos retirando conquistas dos trabalhadores passaram a ser discutidos.
O principal argumento é que as empresas francesas não conseguiriam competir com países do Leste Europeu, da Ásia e da América Latina e já se preparavam para deixar o país.
Resistência dos trabalhadores
Após quase um ano de debates, os trabalhadores alcançaram uma vitória ao manter as 35 horas como jornada oficial.
O que mudaria é que as empresas estariam autorizadas a contratar horas extras desde que os trabalhadores aceitem voluntariamente.
Ainda assim, sindicatos e trabalhadores protestam por achar que, na verdade, serão pressionados e constrangidos a fazer horas extras.
A liberdade, a saúde, o lazer e o convívio familiar estão em sério risco, afirmam os sindicalistas.
Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente