Jornada de trabalho

As exigências cada vez maiores de produtividade implicam em redução da jornada como única forma de preservar a saúde e a vida dos trabalhadores.

>> Reestruturação foi o início

A chamada reestruturação produtiva ocorrida no Brasil a partir dos anos 90 trouxe uma série de novas realidades aos trabalhadores. Ritmo acelerado, poucas pausas para descanso, polivalência, multifuncionalidade, trabalho em grupos, células de produção e de montagem significaram uma explosão nos casos de LER/DORT, estresse e outras doenças relacionadas ao sofrimento no trabalho.

>> A vez da produtividade

Com a reestruturação ainda em curso, o aprofundamento da globalização e a abertura de novos mercados produtores, acirrou a competição. Reduzir custos e ganhar produtividade passaram a ser as principais metas das empresas.

Com isso, houve grande enxugamento da mão-de-obra e um aumento considerável na carga individual de trabalho, com aumento das exigências mentais. O sofrimento psíquico decorrente da exigência de comprometimento e da maior insegurança em relação ao emprego e ao futuro passaram a deteriorar ainda mais a vida dos trabalhadores.

>> Redução é a alternativa

O aumento das exigências física, mental e psíquica, o trabalho em alta velocidade e as jornadas extensas com muitas horas extras comprometem mais e mais a saúde e encurtam a nossa expectativa de vida produtiva. Um dos parâmetros que começa a demonstrar isso é o absenteísmo relativamente alto, indicando a penosidade e o desinteresse no trabalho.

Dessa forma, a redução da jornada, apesar da resistência descabida das empresas, pode trazer ganhos de produtividade e qualidade, aumento da satisfação no trabalho, redução do absenteísmo e uma vida melhor para os trabalhadores.

Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente