Jornada menor, mais saúde

O nosso Sindicato, que
historicamente sempre empunhou
essa bandeira, agora
está engajado na luta
nacional pela redução da
jornada de trabalho para
40 horas semanais sem redução
de salário.

Entre os metalúrgicos do
ABC, 32% dos trabalhadores
já têm jornada igual ou
menor de 40 horas, indicando
que essa luta, aqui, é antiga.
Agora, é hora de avançar
e construir uma jornada
menor em todo Brasil. Isso
significa mais empregos, aumento
real de salário e mais
tempo livre.

Produção justifica – Do ponto de vista da
saúde no trabalho, essa redução
é extremamente necessária
e já deveria ter
acontecido. O aumento da
carga individual do trabalho,
o acúmulo de funções e
das exigências cognitivas,
uma maior pressão por metas
de qualidade e produtividade
acima do razoável
implicam na necessidade de
se reduzir a jornada.

Ainda assim, é preciso
estabelecer pausas programadas
e formais como única
forma de impedir o aumento
explosivo das doenças, principalmente
as LER / DORT
e os de comprometimento
psíquico como a depressão,
síndrome do pânico e
os transtornos compulsivos
e de ansiedade.

A relação entre o tempo
de jornada de trabalho e a
conjuntura produtiva e organizacional
está intimamente
relacionada com o
aumento do adoecimento
dos trabalhadores.

Tempo de locomoção também – Nas regiões metropolitanas,
o tempo que o trabalhador
gasta no transporte
para ir e voltar ao trabalho
aumentou em cerca de 30%
nos últimos 5 anos, chegando
a atingir em média 3,5
horas diárias. Isso significa
que muitos trabalhadores
passam, além da jornada,
o equivalente a quase
50% desse tempo em função
do seu trabalho.

Isso aumenta o estresse
e o cansaço e reduz a
possibilidade de descanso,
lazer, estudo e convívio
social e familiar, sem
contar que os acidentes de
trânsito, que são acidentes
de trabalho de trajeto, são
hoje importante causa de
seqüelas incapacitantes e
mortes.

Por uma vida melhor – Portanto, reduzir a jornada
é fator decisivo para
melhorar nossa saúde
e a nossa vida. Mais tempo
livre para a educação,
para o acompanhamento
dos filhos, para o esporte
e o lazer e a possibilidade
de uma alimentação mais
regrada. Essas coisas são
símbolos de uma vida saudável
e condição indispensável
para termos saúde e
dignidade.

Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente