Jornada Nacional de Debates do Dieese aborda negociações coletivas

A atividade percorre todas as capitais brasileiras

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realizou na terça-feira (1) a III Jornada Nacional de Debates do, no auditório do Sindicado dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e do Ramo Financeiro de Mato Grosso (Seeb-MT), em Cuiabá.

O tema “Negociações coletivas em um contexto de crise – 2º semestre de 2009” foi coordenado pela supervisora técnica do Escritório Regional do Dieese de Goiás, Leila Brito. A atividade percorre todas as capitais brasileiras.

Jocilene Barboza, presidente do Sintep/MT, destacou a iniciativa das centrais sindicais, dentre elas, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que motivou a realização do evento. “As entidades demonstraram a importância de subsidiar os sindicatos com relação às negociações coletivas no contexto de crise”.

A sindicalista ressaltou que o cenário econômico tem sido utilizado como justificativa para negação dos direitos dos trabalhadores. “Mas precisamos estar atentos aos verdadeiros indicadores, pois sabemos que o Brasil sofreu menos com a crise”, observou. Segundo ela, em 2008, foram gerados 1,8 milhões de empregos formais. “Ficou claro que o cenário de crise teve pouco efeito sobre as negociações coletivas, já que a grande maioria das categorias obteve ganho real acima da inflação”, complementou.

Pontos positivos – Segundo Vânia Miranda, o encontro proporcionou uma reflexão sobre a crise mundial, desde o início até a fase atual. “O cenário foi marcado por desempregos, enfraquecimentos dos países e negociações coletivas”. No caso específico do Brasil, porém, ela destacou fatores positivos. “Houve medidas importantes que conseguiram impedir que a crise tivesse um impacto maior na economia brasileira, como os incentivos de créditos. Além disso, o fato de o Brasil ter emprestado dinheiro ao FMI (Fundo Monetário Internacional) comprova esse equilíbrio”, acrescentou a secretária-geral do Sintep/MT.

Julio Viana, que também é presidente da CUT/MT, disse que ainda é moderno fazer o embate por meio de mobilizações. “Embora os patrões reclamem dos efeitos da crise, não são os trabalhadores que devem pagar por ela, pois não podemos esquecer dos longos anos de lucro acumulados por eles, inclusive nesse período de crise em que o setor industrial, por exemplo, obteve aumento na produtividade sem conceder aumentos salariais”, lembrou.

Da CUT