Jornais começam exorcizar crise econômica nesta sexta-feira 13

A notícia que melhor representa esse sortilégio dá conta de que, ao contrário do que esperavam os especialistas e adivinhadores consultados pela imprensa, a inadimplência não aumentou

Nas edições de sexta-feira (13), os jornais parecem exorcizar as bruxas e apontam alguns sinais de que a crise econômica – cujo tamanho ninguém sabe medir – está produzindo, afinal, alguns resultados positivos no Brasil. A notícia que melhor representa esse sortilégio dá conta de que, ao contrário do que esperavam os especialistas e adivinhadores consultados pela imprensa, a inadimplência não aumentou.

Dois levantamentos, um feito pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo e outro pela empresa irlandesa Serasa Experian revelam que os paulistanos não apenas estão reduzindo o endividamento como apresentam uma taxa menor de inadimplência.

Outra notícia revela que uma grande e variada quantidade de empresas brasileiras está atuando na contramão da crise, aumentando investimentos e lançando novos produtos. Podem ser alinhados nesse movimento fabricantes de refrigerantes e refrescos, confecções, determinados equipamentos, o setor de extração de petróleo e até mesmo a indústria automobilística.

Nada mau, para um mês que costuma ser apagado das estatísticas econômicas, por causa do carnaval.

Boas notícias
Em janeiro, segundo a Fecomércio, 45% dos habitantes de São Paulo tinham alguma dívida. Em fevereiro, esse índice caiu para 38%. Outro elemento interessante é que apenas 28% dos consumidores com rendimento de até três salários mínimos declaram alguma dívida, o que revela que, na faixa de renda mais ampla, beneficiada pela política econômica dos últimos anos, o comportamento diante da questão financeira se revela mais responsável.

Por outro lado, o levantamento sobre indicadores de inadimplência revela que muitos cidadãos aproveitaram o 13º salário para acertar dívidas entre dezembro e janeiro. Na maior parte dos casos, os cidadãos têm dificuldades com os bancos, cartões de crédito e financeiras. O estudo mostra que muitos paulistanos deixaram de recorrer a essas fontes perigosas de financiamento.

Nada como uma crise para ensinar o consumidor a ter mais juízo. Nada mau em termos de boas notícias, para um dia – sexta-feira, 13 – considerado de mau agouro pelos mais crédulos.

Do Observatório da Imprensa