José Dirceu e Genoino apresentam panorama político e econômico do País, em vista à CNM/CUT


José Genoino. Fotos: Mara Grabert

Os ex-deputados José Genoino e José Dirceu estiveram na última quarta-feira (14), na sede da CNM/CUT, durante o balanço de fim de ano da entidade e apresentaram um panorama político e econômico do País para os dirigentes.

Antes das apresentações, os participantes acompanharam a exposição do balanço das campanhas salariais que aconteceram durante o ano de 2011. Rafael Serrão, da subseção do Dieese na CNM/CUT, mostrou os gráficos com indicativos do crescimento do emprego no ramo metalúrgico como um todo, e principalmente na base da CNM/CUT, assim como, o impacto monetário que os metalúrgicos provocam na economia com a injeção do 13° salário.

José Genoino hoje presta assessoria no Ministério da Defesa e, nos últimos meses, participou ativamente das negociações para a criação da Comissão da Verdade, recentemente aprovado pelo governo.

Na CNM/CUT, ele fez uma crítica à tendenciosa grande mídia. “Quase ninguém ficou sabendo, mas entre os BRINCS – Brasil, Russsia, India, Africa do Sul e China, os chamados países emergentes, o Brasil foi o país que melhor distribuiu renda nos últimos tempos”, disse.

O ex-deputado fez uma alerta para o ramo metalúrgico e para os trabalhadores em geral sobre a atual crise mundial. Genoino afirmou que é preciso estar alerta para os “respingos da crise europeia” que podem atingir o Brasil nos próximos anos. “O cenário mundial está tenso, existe uma instabilidade muito grande e precisamos estar preparados politicamente com estruturas firmes para que o abalo não nos desestabilize” .

Sobre nossa atual situação política, Genoino disse que o Brasil está construindo um projeto próprio diferenciado e alternativo. Alertou para “que o país se prepare, pois o mundo está de olho no Brasil. Temos as principais riquezas, como a maior produção de energia e a maior quantidade de água potável do mundo”, ressaltou.

Para os sindicalistas, Genoino disse que é preciso continuar a luta pelas 40 horas semanais, sem redução de salários e garantir a liberdade sindical.

O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, Paulo Cayres disse que “é um privilégio poder contar com pessoas, como o Zé Dirceu e o Genoino, com histórias de vida tão representativas para o país e para a política nacional, neste encontro com os sindicalistas da base da CNM/CUT”.


Zé Dirceu e dirigentes da CNM/CUT

Depois foi a vez de Zé Dirceu expor sua vivência e falar do panorama político e econômico do País. Dentre os assuntos abordados, as ações do Plano Brasil Maior e a prioridade de controlar as entradas de capital exterior, com as reduções de juros.

Dirceu alertou para a necessidade de o Brasil manter a política de nacionalização. “A China é nossa parceira política estratégica, mas também é forte concorrente, e lá no país oriental, o conteúdo de nacionalização é de 95%”.

Sobre a industrialização, Dirceu afirma que dificilmente a indústria brasileira ficará só no Brasil. “Os setores da nossa indústria estão se internacionalizando, nossa economia está se internacionalizando e precisamos continuar aprimorando nossa tecnologia com maior capacitação da mão de obra para sermos mais competitivos também em outros países”.

Na opinião de Zé Dirceu, o movimento sindical precisa estar cada vez mais organizado e “é importantíssimo que os sindicatos estejam sempre presentes nas câmaras setoriais, juntamente com empresários e governo, para discutir os rumos da classe trabalhadora no País”.

Para Dirceu, o Brasil tem prioridades que são emergentes como a regulação da mídia, a reforma tributária e a reforma política.

Da CNM/CUT