Jovens saem do mercado e ajudam a reduzir desemprego
A saída de jovens e adolescentes do mercado de trabalho contribui para que a taxa de desemprego no Brasil se mantenha nos níveis mais baixos da história, de acordo com a economista Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Ela acredita que a participação dos jovens no mercado de trabalho esteja se reduzindo, de modo que haja menos gente procurando emprego e, logo, uma redução na desocupação. Na apuração do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego em abril ficou em 6%.
“A taxa de desemprego tem mostrado uma robustez impressionante. Os jovens estão estudando mais e participando cada vez menos do mercado de trabalho. Como ainda falta mão de obra especializada, os profissionais mais experientes conseguem se manter no mercado e, inclusive, aumentar os seus salários”, afirma.
A economista explica que há uma gradual mudança no perfil do mercado de trabalho brasileiro, conferida principalmente através da perda de participação dos jovens na população economicamente ativa (PEA). Segundo cálculos realizados pelo Ibre, a perda de participação dos jovens na PEA foi responsável, entre abril de 2011 e igual mês deste ano, por 20% da redução de 0,4 ponto percentual na taxa de desemprego nessa mesma comparação. “Por outro lado, as pessoas mais experientes estão conseguindo se manter no mercado. Elas são a alternativa para setores em que falta mão de obra. E, no Brasil, demitir e recontratar é muito caro. Não vale a pena correr o risco de perder mão de obra em um momento em que o mercado está tão aquecido”, explica.
Do Valor Econômico