Julho das Pretas é mês de luta por justiça, igualdade e reparação histórica

Com apoio dos Metalúrgicos do ABC, agenda reforça resistência e organização das mulheres negras em todo o país

O Sindicato se soma às atividades do ‘Julho das Pretas’, mês que marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho. A data é um chamado à luta contra o racismo, o machismo, as desigualdades estruturais e a violência que atinge de forma brutal as mulheres negras no Brasil.

Ao lado da CUT, de coletivos, movimentos sociais e organizações populares, a categoria apoia e participa da mobilização nacional, que neste ano inclui rodas de conversa, feiras de empreendedorismo, saraus e atos públicos em diversas regiões do país.

Foto: Adonis Guerra

“A proposta é dar visibilidade à pauta das mulheres negras, fortalecer o enfrentamento ao racismo, ao feminicídio, à violência política e exigir direitos como saúde, educação, moradia e justiça tributária”, afirma a diretora executiva dos Metalúrgicos do ABC, Andréa de Sousa, a Nega.

Instituída em 1992 durante o 1º Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, e oficializada no Brasil em 2014 com o Dia Nacional de Tereza de Benguela, a data também denuncia a omissão do Estado frente aos dados alarmantes: segundo o Atlas da Violência (2023), 66% das vítimas de feminicídio no país são negras.

“Os desafios são imensos, mas a luta segue viva. A organização para a 2ª Marcha das Mulheres Negras, que será realizada em novembro de 2025, pretende levar um milhão de mulheres a Brasília, exigindo reparação histórica e o direito ao bem-viver”, avisa a dirigente.