Justiça arresta peças da Fris

Ao completar 128 dias de greve, os companheiros na Fris Moldu Car, em São Bernardo, têm agora a esperança de receber parte deseus direitos. A Justiça do Trabalho decretou o arresto de peças, matéria prima e de vários bens do patrão.

Justiça arresta peças acabadas e bens do patrão

A Justiça do Trabalho
decretou o arresto de peças
acabadas, semi-acabadas e
matéria prima da Fris Moldu
Car e de vários bens do dono
da empresa, como forma de
garantir parte do pagamento
dos direitos dos trabalhadores.

Eles estão em greve há
128 dias por conta de atraso
no salário desde dezembro
do ano passado. Desde 1999,
o FGTS não é depositado e
o INSS e as pensões alimentícias
foram recolhidas dos
trabalhadores mas não repassadas.

O Tribunal Regional do
Trabalho julgou a greve legal
e determinou o pagamento
dos atrasados. A empresa
não cumpriu a determinação
e, por conta disso, teria que
pagar uma multa diária.

O Sindicato já havia conseguido
o arresto de todo o
maquinário, já que os patrões
da Fris queriam vendê-lo
para embolsar o dinheiro.

Golpe – Na impossibilidade de
retirar as máquinas, os patrões
cresceram seus olhos
nos produtos acabados e
semi-acabados que estão dentro
da empresa, mas foram
impedidos pelos trabalhadores
na Fris.

Agora, com o arresto,
os bens do patrão ficam indisponíveis
e o material que
está na empresa só sai de lá
com ordem judicial.

Entre os bens arrestados
do proprietário da Fris estão
um helicóptero, apartamento
e casa na capital e outra
casa em Santos.

A decisão judicial foi
comemorada pelos trabalhadores
na Fris.

“Pelo menos parte da
nossa dívida será acertada”,
disse Edson Ferreira da Costa,
coordenador da Comissão
de Fábrica.

Ele comentou que o
acampamento vai continuar
em frente à portaria da empresa.
“O patrão fez várias
tentativas de retirar peças
daqui, por isso vamos continuar
na porta da fábrica. Afinal,
seguro morreu de velho”,
afirmou.

Agora, os trabalhadores
aguardam a decisão sobre o
pedido de falência da Fris.
“Parece que não vai demorar
muito e daí poderemos cuidar
da nossa vida”, conclui
Edson.