Juventude latina não é preparada para o mercado de trabalho

Mais da metade dos jovens entre 15 e 19 anos em toda a América Latina não tem a formação adequada para começar a trabalhar

Juventude não é preparada para o trabalho

Mais da metade dos latino-americanos entre 15 e 19 anos não têm um nível adequado de educação para conseguir um trabalho bem remunerado.

No Brasil, o percentual de jovens nesta situação é de 71%. Os dados foram divulgados na segunda-feira pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Para Wellington Messias (foto), coordenador da Comissão de Jovens da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT) e trabalhador na Volks, um dos principais responsáveis por esta situação são as próprias empresas.

“No caso dos jovens empregados, as empresas deixam de investir na qualificaçãoprofissional, mas a cobram e os jovens têm de se virar, mesmo com o salário baixo. Por isso é que a cada campanha salarial reivindicamos subvenção ao estudo.” contou.

Ele ainda lembra que o jovem latino, em sua maioria, tem baixas condições sociais, ou seja, precisa entrar no mercado de trabalho mais cedo para ajudar a família, o que atrapalha na sua formação.

Trabalho x educação

O estudo do BID também avalia que, apesar de terem obtido avanços na área da educação, os latino-americanos não estão colhendo os benefícios de ter mais crianças matriculadas nas escolas, nem do aumento no número de anos de estudo.

Isso porque, ao contrário de países da Ásia, por exemplo, na América Latina o crescimento econômico tem se baseado no aumento da força de trabalho, e não na educação. “Nos últimos anos, com os novos governos

latinos, temos avançado bastante, mas ainda está muito longe do ideal, até pela história e cultura desses povos”, acredita Wellington.

Segundo o BID, os índices de alfabetização na América Latina duplicaram desde a década de 30, e hoje estão em 86%.

A média de anos de escolaridade para a população maior de 15 anos, que em 1960 era de 3,5 anos, em 2000 subiu para sete anos.