Juventude trabalhadora reforça luta pela ampliação dos espaços no movimento sindical

Na abertura da 13ª Plenária da CUT uma mística organizada pela juventude trabalhadora contagiou todo o público presente. Nela, os/as jovens montaram um quadro com mapa brasileiro divido pelas cinco regiões em tijolinhos que representavam a união e a diversidade. Tijolinhos que estavam ali para homenagear o companheiro da construção civil Waldemar de Oliveira, morto em 2009. 

Mas a juventude não quer apenas fazer uma mística e sim, participar de todo o processo de construção coletiva da Plenária, com suas emendas, caderno de resoluções, sendo protagonista desta transformação expressa no tema desta edição – “Liberdade e autonomia sindical – Por uma nova estrutura sindical”. Esse é o sentimento expressado pela secretária de Jovens da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), Maria Elenice. 

Para ela, a Plenária é um espaço importante para a juventude estar ativa no processo de renovação da política organizativa da Central. “Fazer uma mística de abertura foi a consolidação de um espaço importante para a juventude, mas queremos muito mais. Queremos estar no processo de construção coletiva com a nossa animação, coragem e ousadia”, pontua Elenice.

O 10º Congresso da CUT realizado em 2009 registrou um elevado percentual de delegados/as que participaram pela primeira vez de um Congresso, mas houve uma queda da participação dos jovens entre o 9º e o 10º CONCUT (de 19,2% para 17,2%) o que expressa uma dificuldade na inserção da juventude nos sindicatos. 

Porém, ao percorrer todos os espaços da Plenária Nacional da CUT percebe-se um grande número de jovens participando dos debates, propondo ações e inserindo o tema da organização da juventude na pauta prioritária da Central.

Foi durante a Plenária que os/as dirigentes/as aprovaram uma emenda que restringe a um período de quatro anos a gestão  das entidades cutistas. “É um ponto positivo que fortalece a renovação e estimula os/a jovens trabalhadores a se engajarem no movimento sindical”, destaca Rosana Sousa, secretária de Juventude da CUT. 

Outra deliberação de destaque foi o acordo para a realização de debates entre a Executiva e o Coletivo da Juventude sobre a cota de 20% voltada para a Juventude. “Vamos amadurecer uma proposta para ser apresentada até o próximo Congresso da CUT”, resume Rosana. 

De acordo como Paulo Bezerra, secretário de Juventude da CUT-PE, a criação das Secretarias Estaduais e a Secretaria Nacional de Juventude através da deliberação do último Congresso, com seus coletivos organizados em quase todos os estados e o Coletivo Nacional de Juventude, fortaleceu a luta dos/as jovens e isso tem sido comprovado com os espaços conquistados no último período. 

Para ele, a superação do problema da participação dos jovens no movimento sindical e da renovação dos quadros passa por uma ação efetiva da CUT a partir do local de trabalho inserindo este debate no dia-a-dia na fábrica, na empresa, na sala de aula, em todos os lugares. “A CUT acertou num primeiro momento quando criou o espaço institucional, vanguarda na organização e na orientação dos nossos dirigentes. Mas este debate precisa ser levado aos locais de trabalho no sentido de estimular a participação dos jovens no movimento sindical”, complementa.

Da CUT Nacional