Lado a lado

Mulheres e homens são iguais quando se fala em adoecimento no trabalho?
Essa pergunta feita assim, de chofre, há um dia da abertura do 2º Congresso das Mulheres
Metalúrgicas, levou-me a refletir quanto preconceito e quanta ideologia existe por trás de um fato concreto.

Mulheres e homens, sendo humanos, adoecem igualmente diante das condições inadequadas
em que realizam seus trabalhos.

Seriam, portanto, homens e mulheres, absolutamente iguais diante da injustiça social que permite que uma pessoa explore o trabalho de outra com a finalidade de obter lucro, enriquecimento e poder? Seriam iguais diante da realidade de terem de submeter-se a trabalhos penosos, arriscados, mal planejados e mal geridos como única forma de ganhar o sustento necessário a manter as próprias vidas?

As diferenças não estão entre os homens e as mulheres.

Elas se manifestam socialmente, pois vivemos numa sociedade de valores machistas, que estabelece um valor menor para o trabalho feminino, que defende a falsa ideia de
que a mulher é mais fraca, mais submissa, mais obediente e, portanto, mais fácil de ser explorada.

Assim, muitas estatísticas quantitativas se mostram pouco reveladoras para comprovar essas falsas premissas.

Numa categoria que, por enquanto, ainda se mantém majoritariamente masculina como a metalúrgica, as doenças são em maior número em homens.

Mas, qualitativamente, o que se pode observar é um índice de adoecimento muito parecido
quando se compara populações de trabalhadores de ambos os sexos expostos aos mesmos fatores de adoecimento no trabalho.

Nossa missão, portanto, é exigir o fim da discriminação da mulher, um tratamento respeitoso
no reconhecimento das diferenças e a valorização e reconhecimento do trabalho da mulher.

Além disso, lutar por uma vida e um trabalho mais saudável e digno para toda classe trabalhadora.

Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente

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