“Lei Anticorrupção deve valer para todos”, afirmou Rafael Marques
"Sem Lei Anticorrupção, combate à impunidade seria impossível", diz Rafael
O presidente do Sindicato, Rafael Marques (foto), elogiou ontem a autonomia conferida à Polícia Federal para realizar suas investigações e as medidas adotadas para combater a corrupção no País.
“A mídia esconde alguns dos principais efeitos desse processo, como o fortalecimento da democracia, o ataque à impunidade e o aumento da transparência pública”, afirmou Rafael.
Ele também alertou sobre outro fato escondido pela imprensa comercial. “A prisão de executivos de grandes empreiteiras e da Petrobras acusados de corrupção pela Operação Lava Jato não teria sido possível sem a lei 12.846 de 2013, mais conhecida como Lei Anticorrupção, sancionada pela presidenta Dilma”, afirmou.
“A lei é valorosa e muito importante e complementa as ações de combate à corrupção tomadas pelos governos Lula e Dilma. Agora existe investigação e o procurador-geral da República não é mais o ‘engavetador-geral da República’ como era até 2002”, prosseguiu Rafael.
O fortalecimento da Polícia Federal nos últimos 12 anos permitiu que aumentasse o número de operações. Entre 1995 e 2002, foram 48 operações realizadas. Já de 2003 até agosto de 2014 aconteceram 2,3 mil operações. Um aumento impressionante de 4.792%.
“É preciso coragem para combater a corrupção, investigar e punir. Hoje a Polícia Federal e o Ministério Público têm total liberdade e autonomia para atuar”, ressaltou o presidente do Sindicato.
A Lei Anticorrupção responsabiliza administrativa e civilmente pessoas jurídicas por atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira. Prevê suspensão das atividades da empresa, reparação integral do dano causado, punição e multa de até 20% do faturamento bruto do ano anterior ou, se não for possível usar esse critério, multa de até R$ 60 milhões.
A Lei também cria o Cadastro Nacional de Empresas Punidas, o CNEP, com os nomes das empresas que receberem sanções. A Lei deverá ser regulamentada pelo Governo Federal, porém isso não impede sua aplicação, de acordo com o controlador-geral do município de São Paulo, Mário Vinícius Spinelli, um dos responsáveis pela elaboração da Lei.
“O que não pode é ter dois pesos e duas medidas nas investigações. Quem sabe em que pé estão as investigações do escândalo do Metrô no Governo de São Paulo? É fundamental que haja transparência também na apuração do cartel do Metrô e não que tentem arquivá-lo”, defendeu Rafael.
Nesta semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, interrompeu o julgamento que decidirá se os deputados federais José Anibal e Rodrigo Garcia, dois ex-secretários do governo Geraldo Alckmin, continuarão sendo investigados no inquérito sobre pagamento de propinas em obras do Metrô durante as gestões tucanas.
Luta contra corrupção é reforçada por Dilma
A presidenta Dilma Rousseff já anunciou um novo conjunto de propostas para combater a impunidade e a corrupção. O objetivo é agilizar processos e julgamentos, com punições mais eficazes, com respeito à justiça e amplo direito de defesa.
“O Brasil precisa ver um combate sem trégua à corrupção e isso tem sido compromisso do meu governo. A impunidade é uma espécie de mal que protege e assegura que a corrupção e os crimes financeiros tenham prosseguimento – ao se acharem impunes, as pessoas têm incentivo a continuarem”, afirmou a presidenta no anúncio da propostas.
Entre as medidas anunciadas estão a modificação na legislação eleitoral para criar o crime de prática de caixa dois e a aprovação de lei que puna com rigor agentes públicos que apresentem enriquecimento sem justificativa.
Outra proposta é criar uma nova espécie de ação judicial que determine a perda da propriedade ou da posse de bens adquiridos por atividades ilícitas.
Para ter mais eficácia no combate à impunidade, Dilma propôs alterar a legislação para agilizar processos judiciais de desvio de recursos públicos e a criação de uma nova estrutura no poder Judiciário para investigar processos contra agentes com foro privilegiado.
As medidas dão continuidade às ações de combate à corrupção, como o fortalecimento da Polícia Federal e do Ministério Público, Lei de Acesso à Informação, Lei da Ficha Limpa e Lei das Organizações, além da continuidade das investigações da Controladoria Geral da União e o Portal da Transparência.
Da Redação