Lei Volkswagen: como trabalhadores alemães da Baixa Saxônia podem impedir o fechamento de fábricas no país

A Volkswagen não é uma empresa comum, ainda mais no setor automotivo, onde quem rege as regras no final das contas não é o comercial, como em outras montadoras, mas a engenharia. Também, entre os que comandam estão os trabalhadores. Mas, estes trabalhadores da Volkswagen não são o quadro total da empresa ao nível global, aliás, nem mesmo ao nível alemão. Os que ajudam a decidir os rumos da empresa são aqueles da Baixa Saxônia.

Lá, no estado-sede da companhia, existe uma lei, a chamada “Lei Volkswagen”, na qual o estado germânico detém 20,2% das ações com direito a voto no próprio conselho de administração da empresa. Então, na mesa onde se tomam os rumos da VW, senta-se Daniela Cavallo, chefe do Conselho de Trabalhadores da Volkswagen. Ela representa não só os interesses dos trabalhadores, mas da Baixa Saxônia, ainda que estejam atrelados de fato aos funcionários da empresa.

Dentro da VW, mesmo que existam dois tipos de ações e um complexo sistema de participações onde quem manda é a Porsche SE (controle acionário de 53%), mas onde a mesma tem mais de 75% de suas ações com a Volkswagen, os trabalhadores da Baixa Saxônia têm poder de veto. Nesse caso, a Niedersachsen (Baixa Saxônia em alemão) tem 11,8% de participação no capital, com as famílias Porsche e Piëch tendo 31,9%. Complicado, não é mesmo?

Acredite, as regras para a aprovação de decisões são um tanto mais e já foram contestadas pela União Europeia, que conseguiu uma mudança na lei de aprovação de 80%, considerada uma violação da “livre circulação de capitais”. Já o veto dos trabalhadores pode ser feito tanto para o fechamento de plantas como para construções de novas, assim como mudança de produção e tudo o que afete diretamente os interesses dos trabalhadores da Baixa Saxônia.

Do Notícias Automotivas