Liberdade sindical

A estrutura sindical brasileira é tão arcaica e tão velha quanto a legislação trabalhista. E precisa modernizar-se.

Confederações, federações, sindicatos obsoletos, pesados, custosos, que nada representam, senão interesses de meia dúzia de velhos e jovens dirigentes e tudo que fazem é manter a conta bancária ativa para recolher impostos e contribuições sindicais. Você conhece este assunto tanto quanto eu.

A estrutura sindical brasileira é tão arcaica e tão velha quanto a legislação trabalhista. E precisa modernizar-se. Só que ninguém fala disto. Sabe por que? Porque quem tem poder neste País não tem interesse em mudar esta estrutura que vale não só para os trabalhadores, mas também para os empresários.

Na década de 70, na luta contra a ditadura que também existia no chão das fábricas, nossa principal bandeira era a liberdade e a autonomia sindicais. Com a fundação da CUT, demos um primeiro passo nesta direção. Mas faltou muito para acabar com o peleguismo e com a picaretagem herdada do getulismo.

Por isto não podemos ficar de braços cruzados. Da mesma forma como foi possível ao longo de todos estes anos conquistar direitos, independente de mudança na CLT, também tem sido e continuará sendo possível provocar mudanças na estrutura sindical.
É o que estamos fazendo no nosso Sindicato. Hoje e amanhã, estaremos realizando em 77 empresas da região do ABC eleições para eleger os 217 membros dos Comitês Sindicais de Empresa que vão constituir a Diretoria Plena do nosso Sindicato para um mandato de três anos. Nos anos 70, nós conquistamos o direito de ir às ruas e às portas de fábricas. Agora queremos o direito de nos organizar dentro das fábricas.

Luiz Marinho é Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, presidente de honra da Unisol-União e Solidariedade das Cooperativas do Estado de São Paulo e Coordenador do Mova Regional