Líder no Brasil, Fiat luta contra o declínio na Itália
Com 21,15% de market share até setembro, a Fiat é incontestavelmente líder no mercado interno brasileiro em 2024 e assim vem sendo há muitos anos. Talvez a mais mineira das empresas italianas no país, a montadora de Betim não sabe o que é crise no Brasil e há muito faz jus à fama que meteu medo em um antigo líder por aqui, que temia sua chegada ainda nos anos 60…
É nessa época, a era Agnelli, que a Fiat era uma potência e Turim era a sede desse império latino automotivo, o único que parecia enfrentar os teutônicos da Volkswagen após os Alpes. Com 60.000 pessoas, a amuralhada Mirafiori produzia 1.000.000 de carros anuais e nada, nem ninguém, poderia dizer que aquele império um dia seria somente uma sombra, quase uma nota de rodapé.
Bom, a nota não é de rodapé, ainda mais quando vem da Reuters, que nos conta como estão os dias atuais da Fiat em Turim. Lá, os últimos descendentes da nação Fiat dos anos 60, pouco mais que 2.800, voltam para casa sem saber se retornarão ao símbolo industrial da Itália. O gigante de outrora agora tem sua fábrica histórica parada mais uma vez e isso preocupa quem por lá vive. Embora Turim não seja parecida com Belo Horizonte, as duas possuem quase o mesmo tamanho.
Nas margens da última, já que fica na vizinha Betim, a Fiat também tem uma enorme fábrica e, a exemplo de Mirafiori, tem grande capacidade fabril, projetada hoje para 800.000 carros e 1,3 milhão de motores anualmente. Embora os 2,3 milhões de BH devam se animar com os R$ 14 bilhões de investimentos da Stellantis na planta quase de casa, Turim não sabe o que acontecerá com Mirafiori. O Fiat 500 elétrico não vende e já se pensa em colocar um motor a gasolina nele. Em Turim, se ouviu: “Mirafiori já foi fechada. Só que às vezes reabre”. Quem disse foi Giacomo Zulianello, um trabalhador da fábrica e representante do sindicato FIOM, demitido em dezembro.
Do Notícias Automotivas