Linhas paradas. Só assim o patrão entende

Milhares de metalúrgicos em diversas empresas, em São Bernardo, realizaram ato de mobilização por um bom acordo na campanha salarial

Roberto Parizotti

Nem um carro ou caminhão saiu das linhas de montagem da Scania, Mercedes e Ford nesta quinta-feira (10). Também não saíram peças da Rassini, Mahle e Karmann Ghia nesta manhã. Foi o recado dos metalúrgicos nestas empresas, que cruzaram os braços em defesa de aumento real e em protesto contra a intransigência das Montadoras e do Grupo 3 (autopeças, forjarias e parafusos), que oferecem somente a reposição da inflação nas últimas rodadas de negociação da campanha salarial.

Roberto Parizotti

“O prazo dos patrões termina no sábado. Se não tivermos uma proposta decente, vamos votar novas paralisações. Essa é a linguagem que os patrões entendem”, advertiu Wagner Santana, o Wagnão, secretário geral do Sindicato, durante ato que reuniu o pessoal na Scania e na Karmann Ghia.

“Os patrões tem que reconhecer que somos nós quem produzimos toda essa riqueza”, disse, apontando para a Scania, Daniel Calazans, diretor do Sindicato.

União

A mobilização começou às 7h, com assembleias nas portas das fábricas. Uma passeata dos metalúrgicos na Ford saiu do quilômetro 15 da Via Anchieta e logo encontrou os companheiros na Rassini.

Juntos, seguiram até o pátio da Mercedes, onde também estavam os trabalhadores na Mahle. Todos realizaram um ato na Av. 31 de Março, que passa ao lado da montadora de caminhões. Há alguns quilômetros à frente reuniram-se os trabalhadores na Karmann Ghia e na Scania. “É essa união que vai arrancar uma proposta dos patrões”, disse Valter Saturnino, o Valtinho, do Comitê Sindical na Karmann Ghia.

Da Redação