Luiz Marinho é o novo Ministro do Trabalho

O presidente nacional da CUT, Luiz Marinho, aceitou a “convocação” do presidente Lula para assumir o Ministério do Trabalho. Em coletiva à imprensa, na tarde desta sexta-feira (8), Marinho anunciou o seu afastamento da direção nacional da entidade e sublinhou que a CUT “manterá sua autonomia, sem qualquer dubiedade”.

Como o mandato da atual diretoria dura até junho de 2006, quando será realizado o 8º Congresso da entidade, uma reunião nos próximos dias definirá o novo presidente no período de transição. “Buscarei cumprir a missão dada pelo presidente Lula. Sei da responsabilidade de deixar a presidência da CUT e assumir o Ministério. O que me espera é muito trabalho”.

Fiscalização

Em sua intervenção, Luiz Marinho disse que vai procurar dar prosseguimento às realizações do ministro Ricardo Berzoini, “dando atenção especial à ampliação da fiscalização do trabalho infantil e do trabalho escravo”.

Na avaliação do líder metalúrgico, “é preciso dialogar com os delegados e delegadas regionais do trabalho de todo o país, com cuidado redobrado às áreas que são do interesse do conjunto do movimento sindical”. “Há uma determinação do presidente, e é um conceito que eu trabalho sempre, de conversar com todas as centrais sobre  os assuntos de interesse da classe trabalhadora”, acrescentou Marinho. Segundo ele, a unidade na diversidade é um elemento essencial para avançar nas conquistas e, particularmente, na construção “de uma política de valorização permanente do salário mínimo, bem como da correção da tabela do Imposto de Renda”. “Eu sei que esta não é uma atribuição direta do ministro do Trabalho, mas posso colocar isso na agenda do governo”, acrescentou.

O Programa Primeiro Emprego também será alvo da atenção do novo ministro: “vou procurar os empresários para que comecem a dar a sua parcela de contribuição para o programa deslanchar”.

Juros

Questionado se manteria sua posição de crítica veemente à política de juros altos, Marinho disse que apenas mudou “o local de combate” e que considera fundamental a redução das atuais taxas para a retomada do crescimento. “As opiniões que expressava publicamente, vou manifestá-las agora dentro do governo, interagindo com os demais ministros”.

Redução da Jornada

Marinho ressaltou que se empenhará para fortalecer um “processo contínuo de geração de emprego, de preferência qualificado” e que, para isso, pretende mobilizar o Ministério e dar combate sem trégua à informalidade. “Vou trabalhar dentro do governo para implementar a proposta de redução da jornada de trabalho sem redução de salário, uma das bandeiras da CUT. Eu acredito nessa possibilidade, o Brasil está plenamente preparado para essa redução”.

Quanto à reforma sindical, declarou que vai procurar o Congresso para retomar o debate, contemplando todas as contribuições do Fórum Nacional do Trabalho e da plataforma democrática. O objetivo é negociar com os parlamentares para garantir a aprovação até o final do mandato.

“Tenho a convicção de que posso acrescentar minha experiência de mais de duas décadas de negociação para contribuir na retomada do processo de crescimento da economia brasileira”, salientou Marinho.

Crise

Sobre sua contribuição para a superação da atual crise, Marinho destacou: “Há uma posição muito clara, muito tranqüila do presidente Lula em apurar todas as denúncias de corrupção e punir os eventuais culpados. O Ministério Público, a Polícia Federal, diferente de outros períodos, estão atuando livremente. Espero que as CPIs sejam concluídas rapidamente para que o Congresso dê prosseguimento aos projetos importantes para o país”.

fonte: www.cut.org.br