Lula cobra de Obama solução para a crise e retomada da Rodada Doha
"O que eu fiquei bem impressionado é que o presidente Obama tem clareza do tamanho da crise, da responsabilidade dos Estados Unidos e de que é preciso estabelecer um consenso entre os países do G20 para que possamos tomar medidas capazes de debelar essa crise"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (16) que cobrou do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, uma solução para a crise financeira internacional, caracterizada por ele como “sem precedentes”. Em conversa com o líder norte-americano, Lula pediu ainda a retomada das negociações da Rodada Doha (que discute os subsídios oferecidos por norte-americanos e europeus a seus produtores) na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Em seu programa semanal Café com o Presidente, ele avaliou que este não é o momento para se discutir apenas “nossos interesses normais”, como comércio, biocombustíveis e parcerias estratégicas. Lula voltou a insistir que os Estados Unidos têm papel extremamente importante para que se encontre a solução para uma crise que começou lá mesmo.
“O que eu fiquei bem impressionado é que o presidente Obama tem clareza do tamanho da crise, da responsabilidade dos Estados Unidos e de que é preciso estabelecer um consenso entre os países do G20 para que possamos tomar medidas capazes de debelar essa crise.”
De acordo com Lula, Obama demonstrou interesse em construir, junto com o Brasil, um proposta a ser levada para o G20, além da promessa de união das equipes econômicas brasileira e norte-americana. O presidente elogiou a disposição dos Estados Unidos em contribuir para a busca de “uma saída coletiva” para a crise internacional.
Lula afirmou ter deixado claro a Obama que uma das estratégias a serem adotadas é a retomada das negociações da Rodada Doha. “Tem gente que acha que, em função da crise, é muito difícil retomar a conversa”, lembrou. Para o presidente brasileiro, entretanto, a medida não funcionaria como “um empecilho”, mas como “um dos componentes para a saída” dos países mais pobres.
Da Agência Brasil