Lula critica países desenvolvidos e afirma que crise precisa de solução política
O presidente voltou a garantir que as turbulências mundiais podem funcionar como uma "oportunidade" para o Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar nesta terça-feira (17) a postura dos países desenvolvidos na definição de políticas restritivas em relação às nações em desenvolvimento nos últimos 45 anos e defendeu que a crise financeira mundial passe por uma solução política, e não meramente econômica. Ao receber o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, Lula voltou a opinar que as turbulências mundiais podem funcionar como uma “oportunidade” para o Brasil.
“Essa crise, que para uns parece um pesadelo sem fim, para nós tem que ser encarada como uma oportunidade extraordinária. Sempre recebíamos o prato pronto dos chamados países desenvolvidos”, comentou Lula, que comparou a crise nos países em desenvolvimento a uma pessoa que fica viúva e um ano depois consegue seguir a vida normalmente.
“Vejo pessoas que se separam, que ficam viúvas e pensam que o mundo acaba quando morre alguém. Normalmente, um ano depois elas estão felizes, fazendo coisas que jamais pensaram em fazer na vida, porque nunca pensaram em tomar decisões por conta própria. Quanto que os países ricos sabiam encontrar soluções para crise, quantos palpites o FMI (Fundo Monetário Internacional) dava de como (fazer) ajuste fiscal, como controlar gastos, como fazer investimentos”, reclamou.
“Todo mundo se achava no direito de dizer o que devemos fazer. Quando o problema é na nossa casa, os problemas ficam muito mais difíceis. Não vejo mais o Banco Mundial e o FMI darem tanto conselho aos Estados Unidos e à Europa quando davam a nós, possivelmente porque a dor do calo é no pé deles, e não no nosso”, explicou o presidente Lula.
Do Terra