Lula critica preconceito de FHC contra nordestinos

“Hoje, o nordestino anda de cabeça erguida porque não é mais tratado pelo governo como cidadão de segunda categoria. Das 18 universidades criadas nos últimos 12 anos de governo, sete são no nordeste. A região conta hoje com 62 extensões universitárias. Mais de 16 mil estudantes dessas universidades foram estudar no exterior com o Ciência sem Fronteiras”, Lula.

Durante entrevista à TV UOL na últi­ma segunda-feira, o ex-presidente FHC atribuiu a derrota de seu partido nas elei­ções de domingo na maioria dos Estados nordestinos à falta de informação dos eleitores.

Lula, nordestino, ex-presi­dente do Sindicato e do Brasil, rebateu ontem a declaração. “É um absurdo que o nordeste e os nordestinos sejam caracte­rizados como ignorantes ou desinformados por seus votos”, disse durante entrevista à BBC Brasil.

Para Lula, a afirmação de FHC é um preconceito lastimável e mostra um desconhecimento profundo da atual situação do nordeste brasileiro.

“Quem faz afirmações des­te tipo imagina o nordeste da década de 90 ou de antes, onde reinavam a fome, o desempre­go e a falta de oportunidade”, acrescentou.

Ontem, o site IG, na inter­net, publicou uma manchete sobre outro caso de precon­ceito. ‘Comunidade médica prega holocausto no Nordeste em campanha contra Dilma na web’, diz o texto.

A página sugere que os nor­destinos sejam esterilizados quimicamente para não vo­tarem pela continuidade de um governo democrático e popular.

Para o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, expressões públicas ofensivas como a de FHC e a do site não contribuem com a democracia nem com o de­senvolvimento social do Brasil.

“A imprensa comercial blin­da os governos tucanos de tal forma, que algumas pessoas se sentem à vontade para destilar seus ódios contra aqueles que têm opiniões diferentes”, res­saltou Wagnão.

Ele lembrou que o contrário, isto é, qualquer denúncia que envolva os tucanos é abafada ou escondida nos rodapés das páginas dos jornais.

Este é o caso, por exemplo, do assessor do recém-eleito deputado federal tucano Bruno Covas, flagrado no Aeroporto de Congonhas levando na pasta de mão R$ 102 mil em dinheiro vivo e um envelope com 16 cheques da campanha do parlamentar.

O assessor foi interceptado pela Polícia Federal (PF) no aparelho de Raio X, que iden­tificou o dinheiro. Ele não chegou a ser preso, apesar de não saber explicar a procedên­cia do dinheiro. Foi só aberto um inquérito para investigar a origem dos valores.

“O jornal O Estado de S.Paulo publicou esta notícia no dia 2 de outubro”, lembrou Wagnão. “Por acaso, alguém viu essa matéria nos noticiários de TV?”, questionou.

“E a declaração da Sabesp, após a reeleição do governador tucano, que terá racionamento de água em São Paulo. Alguém viu?”, concluiu Wagnão.

Da Redação