Lula defende fortalecimento do Estado
"Chegou a hora da verdade e da política. Não tem contemporização. Agora é hora de a gente aproveitar a crise e fazer o que não tivemos coragem de fazer nos últimos 20 anos", afirmou
O presidente Lula defendeu na quinta-feira (5), durante seminário sobre a crise internacional no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o fortalecimento do Estado, a regulamentação do sistema financeiro e os investimentos sociais como ferramentas para a recuperação econômica dos países. “Chegou a hora da verdade e da política. Não tem contemporização. Agora é hora de a gente aproveitar a crise e fazer o que não tivemos coragem de fazer nos últimos 20 anos”, afirmou.
Lula defendeu a política social do governo e disse que programas como o Bolsa Família e o Luz para Todos, entre outros, contribuíram para o aumento, no mercado interno, do poder aquisitivo das classes mais pobres da população. A uma platéia formada por empresários, ministros e economistas do exterior, Lula disse que a teoria do Estado mínimo e do Estado como estorvo ao desenvolvimento não se confirmou. “Estou convencido de que a saída para esta crise só acontecerá se os governantes do mundo assumirem o papel de governantes de seus países”, disse.
O presidente criticou o receituário neoliberal de gestões anteriores e que, mesmo após o fracasso dessa visão, ainda é defendido como saída por setores da oposição e da mídia. “Muitos chegaram até a falar em choque de gestão. Mas aqui no Brasil, no nosso governo, nunca falamos em choque de gestão. E ainda assim, a dívida líquida do setor público caiu de 57% para 36% do PIB”, afirmou Lula.
O presidente disse ainda que instituições federais de crédito do País aumentaram os volumes para o financiamento. Dados apresentados pelo presidente mostram que a Caixa Econômica Federal, nos dois primeiros meses deste ano, disponibilizou um total de crédito de R$ 1,9 bilhão e, no mesmo período do ano passado, o valor foi de cerca de R$ 1 bilhão.
Lula ressaltou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em seu governo, voltou a ser um banco direcionado para o desenvolvimento. Para 2009, de acordo com ele, o banco de fomento disponibilizará R$ 100 bilhões para garantir o crédito para o capital de giro das empresas que estão fazendo investimentos em infraestrutura.
Tempestade – A professora e economista Maria da Conceição Tavares participou do seminário sobre a crise internacional. Em entrevista à Agência Carta Maior, ela classificou a crise como “uma tempestade global”. “Não é apenas a violência que assusta; é, principalmente, o fato de que a sua origem financeira torna tudo absolutamente opaco no horizonte da economia internacional. Mente quem disser que sabe o que virá e quanto vai durar. Minha percepção mais clara é de que será uma guerra de resistência; e que o Brasil tem condições de segurar o manche, e agüentar”, disse.
Do PT