Lula defende organização sindical no lançamento do livro sobre a Comissão de Fábrica na Ford
(Foto: Adonis Guerra)
No lançamento do livro “A História de Luta dos Trabalhadores na Ford. São Bernardo do Campo 1981 a 2016”, que relata a memória dos 35 anos da 1ª Comissão de Fábrica na montadora, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre a importância da organização sindical e a superação da crise econômica.
“A crise não nasceu em São Bernardo, nem em São Paulo, nem no Brasil. A crise foi oriunda do fracasso do sistema capitalista e do fracasso do sistema financeiro”, destacou.
O ex-presidente defendeu que é preciso discutir a solução para a crise com ousadia. “Devemos colocar no papel o que o Sindicato pode fazer, o que depende do governo do Estado ou do governo federal, o que o Brasil pode fazer a partir de suas próprias pernas”, completou.
“Eu acho que se o Brasil pegasse 100 bilhões de dólares das reservas, que estão rendendo juros negativos nos Estados Unidos, transformasse em reais e aplicasse em obras de infraestrutura, portos, aeroportos, ferrovia, rodovia, além de gerar empregos, começaria a fazer a economia voltar a crescer”, ensinou.
“Está na hora de levantar a cabeça e discutir com a peãozada na fábrica. É para todo mundo ler o livro e aprender a ser peão”, sugeriu.
Livro
Os dois companheiros da formação da Comissão, Alberto Eulálio, o Betão, e João Ferreira Passos, o Bagaço, organizaram o livro com depoimentos de 27 trabalhadores que fizeram parte do passado e que fazem parte do presente na Ford.
A 1ª edição tem tiragem de mil cópias e 201 páginas. A publicação ficará disponível para baixar no site da Fundação Perseu Abramo.
O diretor executivo do Sindicato, Alexandre Colombo, destacou a importância de cada um na construção de uma sociedade mais justa. “O trabalhador precisa ter consciência e participar da vida sindical e do País. Se a gente não for companheiro, de nada vale a nossa luta”, disse.
A CSE na Ford, Simone Vieira, relembrou os momentos da luta na categoria. “Vejo mais do que trabalhadores, mais do que Sindicato, aqui é uma família sindical e agradeço cada um pela história construída até agora”, afirmou.
O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, Paulo Cayres, o Paulão, destacou que os trabalhadores precisam ser autores da história. “Não precisamos dos porta-vozes da direita para contar a nossa história. Os trabalhadores são os sujeitos e, por isso, é importante escrever o que vivemos e pensamos”, concluiu.
Da Redação