Lula e Mantega discutirão IPI com a indústria automotiva
A redução do IPI sobre automóveis, anunciada em dezembro do ano passado, vigora até o dia 31 de março, caso o governo não prorrogue o benefício
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vão realizar reuniões, ainda este mês, com representantes da indústria automotiva para tratar da possível prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis novos. A informação foi dada pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. “Eu sei que o ministro Guido Mantega já tem reuniões com o presidente Lula e com a indústria (automotiva) para resolver isso, mas dificilmente ele vai anunciar (a decisão) antes do dia 30 de março”, disse o ministro, quando questionado se a redução do imposto seria estendida. A redução do IPI sobre automóveis, anunciada em dezembro do ano passado, vigora até o dia 31 de março, caso o governo não prorrogue o benefício.
Paulo Bernardo brincou que, sobre o assunto, se sentia um “homem dividido”. “Como cidadão, estou torcendo para que eles mantenham a redução do IPI. Isso é bom, vai aumentar as vendas, vai melhorar o mercado. Mas, como ministro do Planejamento, fico olhando a planilha de arrecadação e pensando nas despesas”, disse.
O ministro confirmou que, no próximo dia 20, o governo encaminhará ao Congresso Nacional um relatório de receitas e despesas do primeiro bimestre e disse que, como a arrecadação federal diminuiu muito, será preciso adotar medidas para adequar receita e despesa. “Significa que vamos ter que diminuir despesas. É bem verdade que já nos antecipamos em janeiro e fizemos um contingenciamento da ordem de R$ 37 bilhões. Tanto que achamos que não vamos ter que fazer aperto adicional. Se tiver que fazer, será pouca coisa”, disse o ministro, que reafirmou a intenção do governo de manter os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os programas sociais.
Com relação às previsões do governo para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, Paulo Bernardo admitiu que, diante dos últimos indicadores, como o resultado do quarto trimestre de 2008, é quase impossível atingir a meta de crescimento de 4%. “É possível que haja uma revisão (dessa meta), mas é bom lembrar o seguinte: já temos sinais de melhora na economia. A nossa impressão é que vamos ter um resultado fraco no primeiro trimestre, que já vai quase acabando, mas, no segundo trimestre, vai melhorar”, disse, lembrando que o governo vai lançar o pacote de habitação. “Esse programa deve dar um efeito rápido. Nós não estamos inventando a roda. Nós só vamos intensificar aquilo que o governo vinha fazendo na área de habitação”, disse.
Da Agência Estado