Lula e Sindicato debatem momento do setor automotivo
“Sindicato é fundamental para corrigir os rumos do setor automotivo”, diz Lula
O presidente, Rafael Marques; o secretário-geral, Wagner Santana, o Wagnão; e o diretor de Organização do Sindicato, Moisés Selerges, estiveram reunidos com o ex-presidente Lula para debater a situação do setor automotivo.
Segundo o presidente do Sindicato, a avaliação do primeiro trimestre para a indústria automotiva foi o centro das preocupações dos Metalúrgicos do ABC compartilhadas com o ex-presidente.
“Mostramos a Lula a atuação do setor neste ano em comparação ao ano passado, veículo por veículo, segmento por segmento”, contou.
Durante o encontro, Rafael destacou para o ex-presidente os principais gargalos que estão prejudicando o setor e quais medidas devem ser adotadas para retomar a produção de carros, ônibus e caminhões e garantir os empregos da categoria .
Para Rafael, ao desenvolver ações como procurar o diálogo com o BNDES, com o Ministério da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o MDIC, e com o ex-presidente, o Sindicato faz a lição de casa.
“Durante a conversa, Lula nos afirmou que o ‘Sindicato é fundamental para corrigir os rumos do setor automotivo”, revelou Rafael.
Segundo ele, o ex-presidente Lula estimulou a atuação antecipada do Sindicato para definir um ‘ajuste de rumo’ para a indústria automotiva no Brasil.
Outra preocupação dos Metalúrgicos do ABC é o prazo determinado para o fim do desconto de IPI, o Imposto sobre Produtos Industrializado, previsto para junho deste ano.
“Vamos propor a continuidade do desconto para que o setor se reaqueça”, disse.
Entre os assuntos, caminhões, automóveis e rastreadores
“A continuidade do Finame do BNDES, que financia a aquisição de caminhões, é imprescindível para impulsionar a produção”, explicou Rafael.
Segundo o dirigente, essa proposta é preventiva, para que não haja interrupção no programa, como aconteceu de forma nociva para a região nos últimos meses.
Outro ponto citado pelo presidente do Sindicato, que também envolve a produção de caminhões, é o projeto de renovação da frota.
“É necessário esgotarmos todos os debates e estruturar o programa para que possa ser utilizado ainda este ano pela rede de compradores do Brasil”, afirmou.
Automóveis
O diagnóstico sobre o segmento de carros atualmente, entregue ao ex-presidente Lula, aponta como indicadores para a diminuição da produção a restrição no crédito dos bancos para aquisição de veículos novos, o encarecimento dos preços dos automóveis populares devido à obrigatoriedade recente de air bags e do sistema de freios ABS e o crescimento de 8,5% no comércio de usados.
“Essa política de preços adotada pelas montadoras, além do crédito mais restrito e caro, estão levando o consumidor para a compra de carros usados”, alertou Rafael.
“Ninguém está deixando de comprar, mas os consumidores estão deixando os carros zero e indo para os usados”, constatou o presidente.
Rastreadores
“Uma de nossas ações será atuar contra o rastreador de segurança como item obrigatório para carros de passeio”, antecipou o presidente.
“O rastreador irá encarecer mais ainda o preço dos veículos e não é uma medida adequada para a indústria. Achamos que deve ser um opcional”, defendeu.
Principais gargalos que prejudicam a indústria automotiva
Segmento de caminhões
– Financiamentos interrompidos ou suspensos.
– Demora na implantação do Programa de Renovação da Frota de Caminhões.
Segmento de carros
– Fim do desconto de IPI.
– Recomposição de preços e encarecimento de carros populares.
– Crédito bancário restrito e taxas elevadas.
– Concorrência de mercado com usados.
– Obrigatoriedade de rastreador de segurança como item de série.
Da Redação