Lula quer uma TVT para todos os brasileiros
Com o auditório do Cenforpe totalmente lotado e com a presença do presidente Lula, de ministros de autoridades da região, foi inaugurada na noite de segunda-feira a TV dos Trabalhadores.
“Nós subimos um degrau na conquista da democracia no País”, comemorou Lula, comentando que não seria justo que sindicatos e movimentos sociais continuassem impedidos de exercer a liberdade de expressão utilizando suas próprias emissoras de tevê.
“É um divisor de águas no processo da democracia, pois este governo valoriza a pluralidade de opiniões em vez de praticar o cerceamento da liberdade de imprensa”, comentou o presidente, lembrando que a estreia de uma tevê dirigida pelos trabalhadores dá novo vigor à liberdade de imprensa.
Ele alfinetou a grande imprensa dizendo que o conteúdo da TVT será mais isento do que até agora o povo está sendo informado. E pediu: “A tevê não pode ser somente para nós, metalúrgicos, tem de ser para o trabalhador e o povo brasileiro”.
Voz a quem não tem
O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, disse que a TVT nasce para ocupar uma lacuna. “Não iremos tirar o lugar de ninguém, mas queremos dar voz àqueles que não têm espaço”, comentou.
Já o presidente da CUT, Artur Henrique, avalia que a nova emissora representa um passo no caminho da democratização da comunicação. “Finalmente temos um espaço importante para discutir os assuntos dos trabalhadores vistos pelos próprios trabalhadores”, comentou
É o início de uma nova era
Para o ministro Franklin Martins, da Comunicação Social, o novo canal ajudará a quebrar o poder dos chefes das redações dos grandes jornais, que decidiam quais matérias eram veiculadas para uma grande massa passiva.
“Agora, a notícia pode ser debatida, negada ou questionada. Os consumidores de informação também serão personagens ativos”, comentou.
Dessa forma, disse, os jornais e as emissoras de tevê vão perder o controle sobre as notícias levadas à opinião pública.
O ministro quer que a TVT olhe para a frente e abra para o povo.”Isso é uma revolução, o início de uma nova era, e está incomodando muita gente. Mas é um processo irreversível e está apenas começando”, analisou.
Diversidade para a telinha
O ministro da Cultura Juca Ferreira afirmou que a grande contribuição da TVT será diversificar a oferta de televisão no Brasil.
“Acredito muito no crescimento da emissora porque ela vai ampliar a liberdade de expressão. A nova emissora tem como princípio a interação e participação, exatamente para garantir mais vozes em sua programação”, afirmou.
Desafio é ter uma rede nacional
O presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, agradeceu o presidente Lula pelo seu empenho na concretização da tevê. “A concessão não teria saído da gaveta sem o empenho do governo Lula e seu contribuição foi fundamental. Não é a toa que a tevê se concretizou em seu mandato”.
Ele lembrou que a TVT é iferente, voltada para toda a sociedade. “Vamos dar voz àqueles que a grande imprensa sempre negou essa oportunidade, uma vez que o desafio é consolidar uma rede nacional”.
Sérgio comentou que a concretização do sonho durou mais de 25 anos, e que foi preciso persistência e teimosia. “Nós teimamos e a tevê está aí”, concluiu.
Uma tevê com participação popular
O diretor de Comunicação do Sindicato, Valter Sanches, avisou que a TVT terá a preocupação de mostrar a sociedade a partir do mundo do trabalho.
“Temos planos ambiciosos para competir com as grandes redes e queremos fazer jornalismo investigativo de fato, sem atender interesses políticos”, afirmou.
Ele disse que um dos diferenciais será a interação com a sociedade, que terá participação ativa na programação. “É uma nova forma de fazer televisão”, afirmou.
Uma conquista de todos nós
Elizeu Marques, ex-diretor do Sindicato e o gerente da TVT, foi um dos homenageados durante a cerimônia de segunda-feira.
Ele está envolvido com o projeto desde 1984, quando o Sindicato criou um departamento de vídeo de posse de uma câmera e uma ilha de edição.
“Todos os trabalhadores estão de parabéns por esta conquista, que durante muitos anos nos foi renegada. Antes, não tínhamos condições de registrar a nossa própria história, e agora temos um canal para falar com toda a sociedade. É uma conquista de todos nós”, disse.