Lula reafirma que investimentos do PAC serão mantidos em 2009

O presidente ainda criticou FMI e Bird por não interferirem em países desenvolvidos durante crise

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que vão ser mantidos os investimentos do governo em 2009, já no primeiro pronunciamento do ano. “Já avisei a [ministra-chefe da Casa Civil], Dilma [Roussef], que não vai faltar dinheiro às obras do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]. Vamos até investir em mais obras, que o Brasil precise para continuar crescendo”.

Depois das férias, Lula diz que continua otimista e que este é o momento para o Estado provar sua hegemonia no cenário internacional. “O Brasil precisa se preparar, porque acabada a crise, quem estiver preparado ganha o jogo”, disse.

Ao final do discurso, o presidente voltou a negar que fará pacotes econômicos. “Tenho medo de repetir os erros do passado, criando pacotes que podem fracassar. Vou fazer medidas pontuais de acordo com necessidades de cada setor”.

Lula destacou ainda que é de interesse dos países ricos fazer o máximo para acabar com a crise. “Todos os países sabem que a crise não pode durar muito tempo, pois corremos o risco de ter uma convulsão social”.

Lula critica FMI e Bird por não interferirem em países desenvolvidos durante crise
O presidente criticou ainda as instituições como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, por não interferirem nos países desenvolvidos, como fazem quando a crise se dá nos países em desenvolvimento.

“Parece que aquelas instituições, que sabiam tudo quando a crise era aqui, não sabem nada quando a crise é lá. Ou, pelo menos, não têm condições de dar, com a arrogância [com] que faziam aqui, os palpites que tinham que ser dados”, afirmou.

O presidente voltou a afirmar que o Brasil é um dos países mais preparados para enfrentar a crise atual e, a exemplo do que disse, em seu programa semanal de rádio Café com o Presidente, reafirmou que o primeiro trimestre deste ano será um período decisivo. “Se não tomarmos a iniciativa de fazer as coisas acontecerem neste primeiro trimestre, aí, sim, corremos o risco de fazer com que a crise chegue aqui mais forte do que deveria chegar”.

Lula disse que queria ter com os empresários uma conversa otimista sobre os efeitos da crise financeira internacional. Segundo ele, que seu otimismo vem da certeza de que os países ricos são os maiores interessados em que a crise não perdure.

Para ele, o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, tem um “pepino muito grande” para resolver e, por isso, junto com os dirigentes dos demais países envolvidos na crise, não deverá permitir que os problemas econômicos perdurem por muito tempo
“Com a conseqüência de desemprego, que vai acontecer exatamente nesses países, corremos o risco de uma convulsão social que o mundo desenvolvido não esperava que acontecesse no Século 21”.

Da Agência Brasil