Lula recebe prêmio ao Serviço Público nesta segunda-feira
O presidente ainda fará a abertura da assembleia da ONU,na quarta-feira. Lula falará sobre crise mundial e clima econômico
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca nesta segunda-feira (21), em Nova York, para cumprir uma extensa agenda de compromissos nos Estados Unidos. Ainda na segunda, Lula receberá o Prêmio ao Serviço Público do Centro Internacional Woodrow Wilson. O presidente participará, na quarta-feira, da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), e na quinta seguirá para Pittsburgh, onde será realizado o encontro do G-20.
O presidente do Woodrow Wilson, Lee H. Hamilton, de acordo com declarações divulgadas pelo instituto, afirmou que a escolha de Lula se deve à sua contribuição “decisiva para acabar com o regime militar e para abrir o caminho para a democracia em seu país”.
Na terça, Lula deve se encontrar com pelo menos oito chefes de Estado. Por enquanto, está confirmada pelo Itamaraty apenas uma reunião, com o premiê da Espanha, José Luis Zapatero. Está prevista uma entrevista apenas com jornalistas esportivos estrangeiros, em que Lula deve falar sobre a candidatura do Rio para sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
A decisão sobre a sede acontece no início de outubro, na Dinamarca, e uma das concorrentes é Chicago, onde vivia o presidente dos EUA, Barack Obama. Lula participará ainda de um jantar oferecido pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, com a presença de todos os chefes de Estado que estão em Nova York.
Na ONU, Lula falará sobre crise e clima
Conforme a tradição da Assembleia-Geral das Nações Unidas, o presidente brasileiro será o primeiro a discursar, às 9 horas de quarta-feira (23). Obama falará em seguida. Lula deverá usar seu discurso para criticar o embargo econômico imposto pelos EUA a Cuba, que ele considera “anacrônico”.
O presidente ainda fará um pronunciamento voltado para a crise econômica, a ausência de governança mundial estável e a ameaça da mudança do clima. Lula dirá que, embora a economia mundial esteja se recuperando, é necessário manter medidas anticíclicas, e cobrará maior regulação do sistema financeiro.
O presidente defenderá a reforma dos organismos multilaterais, como o FMI, o Banco Mundial e a ONU. Para Lula, a estrutura da ONU não é representativa nem adequada ao momento atual, o que explicaria sua incapacidade de centralizar o debate sobre a crise econômica.
– No campo da paz e segurança internacionais, a representatividade deve ser traduzida na existência de um Conselho de Segurança renovado, aberto a novos membros permanentes – diz Marcelo Baumbach, porta-voz da Presidência.
Lula atacará o que chamada de “resistência dos países desenvolvidos” a assumir sua parte na mudança climática. O presidente dirá que a redução das emissões de gás carbônico depende de todos, mas que aqueles mais desenvolvidos têm de transferir tecnologia para preservar o ambiente e garantir o desenvolvimento sustentável.
Na quinta-feira, na reunião do G-20, o presidente manterá o tom do discurso da ONU e defenderá a consolidação do grupo como fórum de líderes para discussão de temas econômicos e financeiros, com regras claras de trabalho que confiram regularidade ao processo.
Da Redação, com agências