Lula visita padre Júlio Lancellotti, entrega doações e conversa sobre situação da população de rua

O presidente Lula visitou na tarde de ontem a Casa de Oração do Povo da Rua, que tem o padre Júlio Lancelotti à frente. No encontro, Lula e sua companheira Rosângela Silva, a Janja, fizeram doações de roupas e cobertores. O diretor do Sindicato, Carlos Caramelo, acompanhou a visita.

Foto: Ricardo Stuckert

Entre as peças estão roupas da mãe de Janja, que morreu vítima da Covid-19, e camisas de Lula para que pessoas em situação de rua possam fazer entrevistas de emprego. Ternos de Lula também serão disponibilizados para arrecadação de verba para a casa.

O padre Júlio lembrou que São Paulo tem hoje mais de 30 mil pessoas em situação de rua e o Brasil, mais de 220 mil.

“O povo nas ruas tem aumentado muito, mulheres com crianças, o grupo LGBTIQI+, jovens, pessoas que perderam o emprego e ficaram inadimplentes. O povo está voltando a comer lixo. Mas, apesar dessa situação tão difícil, precisamos ter esperança. Agradecemos a visita, a doação, e que seja um símbolo para o nosso povo, que tenhamos sempre gestos de solidariedade, que são gestos transformadores”, disse.

Lula destacou os seus maiores orgulhos na presidência. “A primeira experiência foi o dia que os catadores e um grupo de pessoas em situação de rua foram recebidos no Planalto. A segunda foi com o Padre Júlio Lancellotti. Durante os oito anos da minha presidência, todo 22 ou 23 de dezembro, a gente marcava e vinha aqui embaixo de algum viaduto em São Paulo para participar do Natal dos Catadores. Isso é uma lembrança que marca minha vida e pra mim é motivo de muito orgulho”.

Justiça social

O diretor executivo dos Metalúrgicos do ABC, Carlos Caramelo, acompanhou a visita. “Estamos na luta e na defesa intransigente dos direitos do povo, praticando a solidariedade. Não dá mais para ver pessoas passando fome na rua e não ficar indignado com tanta gente morrendo. Há um clamor social pedindo mudanças que remetam à construção de uma sociedade mais justa, fraterna, igual e inclusiva para todos”, defendeu.

“Esse encontro traz esperança para o povo voltar a sonhar com prato cheio, com perspectivas melhores para a classe trabalhadora e respeito à população”, afirmou.