Luta dos Metalúrgicos do ABC garante investimento de R$ 11 milhões na Rassini
Melhorias mantêm empregos na planta, que no ano passado estava ameaçada de deixar a região
Os Metalúrgicos do ABC anunciaram aos trabalhadores na Rassini, em assembleia na tarde de ontem, os novos investimentos na fábrica em São Bernardo, no valor de R$ 11 milhões, frutos da negociação com o Sindicato.
A previsão é que o processo de melhoria e modernização comece ainda este mês, com finalização em maio do ano que vem. O anúncio garante empregos na fábrica, que no ano passado estava ameaçada de deixar a cidade rumo a Minas Gerais.
O presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, destacou que a luta feita pelo Sindicato para garantir a permanência da planta na região deve sempre ser lembrada e valorizada.
“Construímos juntos caminhos para a resolução dos problemas e isso fez com que a Rassini, ao acreditar nessa relação, resolvesse manter a fábrica aqui na nossa região. Fizemos nossa parte e a empresa está fazendo a parte dela”.
“Este anúncio significa esperança num momento extremamente difícil, em que o Brasil tem 14 milhões de desempregados e 19 milhões de pessoas passando fome. Valeu a luta! Precisamos valorizar e respeitar a luta dos companheiros que se sacrificaram para que os demais pudessem estar aqui. Toda conquista tem que ser valorizada e não pode ser esquecida”, finalizou o presidente.
Intensa negociação
O coordenador de São Bernardo, Genildo Dias Pereira, o Gaúcho, lembrou que no ano passado a direção da empresa procurou o Sindicato para discutir a mudança da planta para Extrema (MG), o que levou o Sindicato a fazer uma intensa negociação.
No final do ano passado, o acordo fechado com os Metalúrgicos do ABC garantiu que a planta ficasse na cidade, a manutenção dos 271 postos de trabalho, investimentos e novas contratações.
“Desde aquele anúncio, iniciamos um processo de negociação e o comitê sindical na Rassini é o principal responsável pela vitória. Foi uma discussão longa e difícil que contou com a colaboração dos trabalhadores. Além de garantir os empregos, a empresa tem contratado expatriados, mulheres, pessoas com deficiência e vai começar a contratar trabalhadores com mais de 45 anos. Valeu muito a pena a luta do Sindicato e o engajamento de todos”, destacou o coordenador.
O CSE na Rassini, Antônio Elandio Bezerra, o Nando, lembrou que o governo atual não tem política para a indústria. “A única pauta real que temos aqui é a do Sindicato, graças à nossa organização no local de trabalho. As pautas desse governo são só de desmonte. Precisamos estar unidos sempre para garantir nossos direitos e empregos”.