Luta garante empregos na Mercedes
Mobilização fez montadora voltar atrás na intenção de rescindir os contratos com tempo determinado de 484 trabalhadores, que terminariam no próximo sábado, dia 17, e foram prorrogadas até 31 de março de 2013
Trabalhadores aprovam proposta que prorroga contratos. Foto: Paulo de Souza / SMABC
A luta e a mobilização dos trabalhadores na Mercedes, em São Bernardo, fizeram com que a empresa voltasse atrás na sua intenção de rescindir os contratos com tempo determinado de 484 trabalhadores, que terminariam no próximo sábado, dia 17, e foram prorrogados até 31 de março de 2013.
Os protestos começaram logo após a montadora anunciar sua intenção, na última quarta-feira. Logo após, cerca de 800 metalúrgicos do segundo turno no Prédio 46 paralisaram a produção.
No dia seguinte, mais 1.200 trabalhadores na Mercedes realizaram uma assembleia diante da Sede e decidiram por unanimidade intensificar a luta até que a empresa revisse sua intenção.
Após a mobilização, a montadora abriu negociações sobre o futuro dos companheiros com o Sindicato e o CSE.
Conquista
As conversas começaram na última sexta-feira (9) e prosseguiram pelo fim de semana até surgir a proposta que prorroga os contratos até 31 de março de 2013.
Apresentada em assembleia realizada nesta segunda-feira (12), na Sede, ela foi aprovada por unanimidade pelos companheiros que têm contrato por tempo determinado e compareceram em peso ao encontro.
“Esse adiamento foi mais uma vitória e vamos comemorar”, festejou o diretor de Organização Moisés Selerges, que trabalha na Mercedes.
“É emocionante saber que 484 famílias vão passar o Natal felizes, como merecem”, prosseguiu. “O caminho da luta é duro, mas traz alegrias como essa”, concluiu Moisés.
Mobilização impede demissões na montadora
A conquista do adiamento dos contratos temporários foi bastante comemorada porque é a sexta vez que o Sindicato e o CSE conseguem negociar com a empresa um instrumento para evitar demissões na Mercedes. Antes já foram fechados contratos temporários, banco de horas, licença remunerada, férias coletivas e suspensão de contratos (lay off).
“Quando a produção cresceu em 2011 e a empresa queria aumentar as horas extras nós lutamos pelas contratações, pois o emprego é o maior bem do trabalhador”, recordou o secretário de Comunicação e trabalhador na montadora, Valter Sanches.
No início de 2012, porém, o setor de caminhões enfrentou queda na produção e vendas por conta da crise mundial e pela introdução de um novo motor. A partir daí a montadora quis demitir os contratados.
Recuperação do setor
“Passamos o ano todo lutando contra essa decisão e até o momento nenhum companheiro foi demitido”, enfatizou Sanches. Ao mesmo tempo, Sindicato e CSE procuraram o governo federal para pressionar por medidas que melhorassem o mercado.
E conseguiram. Entre outras decisões, o IPI dos caminhões foi zerado e o governo financia 100% da compra de um caminhão, em 84 meses, com juros de 2,5% ao ano – o que, com a inflação atual de 5%, significa que o governo está pagando para vender caminhões.
“O resultado dessas medidas é que em outubro a venda de caminhões já foi 45% maior que em setembro”, explicou Sanches.
“Temos confiança de que essa recuperação vai prosseguir e que as vendas continuem aumentando com a aceleração das obras do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) Copa do Mundo e Olimpíadas”, finalizou.
*Atualizado às 19h15
Da Redação