Luta no campo: “Reforma agrária não é prioridade de Serra”

Trabalhadores sem-terra
já ocuparam 16 fazendas
no Pontal do Paranapanema,
no sudoeste do Estado,
como forma de protestar
contra o projeto do governador
José Serra (PSDB)
regularizando áreas griladas
com até 500 hectares. Eles
também querem do governo
estadual agilidade na reforma
agrária.

As ocupações estão sendo
comandadas pelo Movimento
dos Agricultores Sem
Terra, Movimento dos Sem
Terra, Unidos na Luta pela
Terra e por sindicatos rurais
ligados à CUT.

As entidades alegam
que o projeto de Serra vai
beneficiar os fazendeiros
que se apossaram das terras
do Estado sem pagar um
centavo.

De acordo com as lideranças,
o objetivo de Serra é
entregar aos fazendeiros 300
mil hectares de terras grila
das, nas quais poderiam ser
assentadas cerca de 15 mil
famílias.

Os trabalhadores sem-terra
também denunciam
que o governo estadual
utilizou menos da metade
da verba repassada pelo governo
federal para desapropriar
fazendas no Pontal do
Paranapanema.

Dos R$ 57 milhões recebidos
entre 2003 e 2007,
o governo do PSDB gastou
apenas R$ 26 milhões.

A compra das áreas é
uma das principais formas
de criar novos assentamentos
e reduzir o conflito agrário
na região.

“A reforma agrária não
é prioridade do governador
José Serra”, protestou José
Batista de Oliveira, do
MST.

Ele disse que existem
áreas devolutas que podem
se transformar em assentamento,
existem recursos
do governo federal, só que
o governo estadual não faz
nada.

“É o cúmulo do absurdo,
um desrespeito às famílias
que aguardam assentamento
debaixo de uma lona
preta”, comentou ele.