Luta responsável

A saúde como luta sindical implica uma responsabilidade que vai além do assistencialismo.

Não basta apenas pensar na vítima, que só concorda em denunciar quando já perdeu tudo, até o emprego, se 25 % de todos que trabalham permanecem calados, sofrendo a mesma violência.

Reparação é falsa vitória

No Brasil ainda é nova a questão da reparação dos danos por assédio. Há poucos anos fazemos uma discussão mais abrangente sobre o tema.

Entretanto, já está firmado entre empresários o conceito que processos por assédio e por danos físicos no trabalho não podem se transformar numa fábrica de indenizações milionárias.

A própria Justiça tem decidido, cada vez mais, por sentenças acanhadas, muito aquém das expectativas das vítimas. Sentenças essas, proferidas após anos em penosos processos que causam, frequentemente, mais humilhações e constrangimentos que o próprio assédio.

Prevenção é o caminho

Ainda que mais difícil, e trazendo menor visibilidade, os sindicatos coerentes e responsáveis devem usar todo seu poder na prevenção contra o assédio no trabalho, que de-grada a saúde psíquica e desestrutura o indivíduo.

A coerência está em valer-se da ação sindical, do poder de organização nos locais de trabalho, da capacidade de intervenção nas gestões autoritárias e repressoras de muitas empresas.

O responsabilidade está no entendimento que a luta pela cidadania, liberdade e respeito ao trabalhador se dá a partir do chão de fábrica, no dia-a-dia de trabalho e não apenas depois da demissão.

Clareza nas ações

Reparação do dano é direito individual garantido em lei. É justo e não abrimos mão.

Prevenção é coerente e ética, traz orgulho e crescimento porque é ação coletiva e estimula a união entre as pessoas na luta por uma vida melhor. Reafirma-nos enquanto trabalhadores, cidadãos, honestos e brasileiros.

Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente