Luta sindical cada vez mais pulverizada

Aumentou 42% o número de sindicatos no Brasil nos últimos 10 anos. Segundo o censo sindical, realizado pelo IBGE (órgão do governo especializado em estatísticas) e divulgado ontem, existiam 11.193 entidades em 1991.Esse número passou para 15.961 em 2001. São 19,5 milhões de sócios, a maioria filiados à CUT (66%). A Força Sindical vem a seguir (19%).

“Embora impressionantes, lamentavelmente estes dados não traduzem um movimento realmente representativo dos interesses dos trabalhadores”, lamenta o vice-presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo. “Boa parte das entidades é fruto da simples divisão de sindicatos, criando entidades fantasmas que existem só para receber o dinheiro arrecadado dos companheiros”, completa.

Sindicalização baixa
A pesquisa dá razão a ele. Contra os 42% de crescimento dos sindicatos, a quantidade de sindicalizados aumentou a metade: 22%.

O ministro do Trabalho Jaques Wagner, concorda com Feijóo. “É um número excessivamente alto de sindicatos”, afirma. “Infelizmente, muitos deles não têm representatividade e não passam de entidades cartoriais”, completa.

E podem aumentar. O Ministério do Trabalho recebe de 500 a 700 pedidos de registros de novos sindicatos por ano, o que aumenta a pulverização do movimento dos trabalhadores e o enfraquece.