“Luta vai garantir um bom acordo”

Os metalúrgicos de mais cinco empresas dos grupos 9 e 10 pararam ontem a produção para reafirmarem, em assembléia, o compromisso de cruzar os braços por tempo indeterminado caso os patrões não apresentem proposta de acordo da campanha salarial.

Em São Bernardo, os companheiros na Ausbrand (grupo 10) e na TM Bevo e Exata Master (grupo 9) realizaram assembléia conjunta até às 9h.

Durante o ato, o diretor do Sindicato José Paulo Nogueira lembrou que o crescimento econômico se dá em todos os setores industriais, e que não existe motivo para o patrão negar reajuste da inflação e aumento real de salário.

Zé Paulo aplaudiu a disposição dos trabalhadores de deixarem as fábricas para participarem da assembléia unitária. “É essa disposição de luta que vai garantir um bom acordo”, afirmou.

Acordo ou greve
Em Diadema, os companheiros na Ife e na Injecta (grupo 9) também decidiram cruzar os braços para conquistarem o mesmo acordo assinado com o setor de auto-peças.

O diretor do Sindicato José Mourão disse que o crescimento econômico fez os patrões mudarem de tática.

“Antes os patrões choravam, agora eles se escondem da gente”, comentou.

Negociação e assembléia
Hoje tem uma rodada de negociação com representantes do grupo 9, última oportunidade de se construir uma proposta de acordo para a assembléia de amanhã.

A Fundição marcou a segunda conversa para a próxima semana e o grupo 10 faz de conta que os metalúrgicos não existem.

“Se as paradas pontuais de produção não estão resolvendo, tudo indica que só o silêncio das máquinas vá fazer os patrões acordarem”, concluiu Zé Paulo.